Nos últimos anos, a China tem dado um grande salto na indústria de semicondutores, deixando a Coreia do Sul para trás em praticamente todas as categorias.
E o mais curioso? As sanções impostas pelos Estados Unidos, que deveriam frear o avanço chinês, acabaram incentivando o país a buscar novas soluções e fortalecer sua própria tecnologia.
De acordo com um estudo realizado pelo Korea Institute of S&T Evaluation and Planning, a Coreia do Sul, que sempre teve um papel de destaque no setor, agora se encontra em desvantagem.
A pesquisa avaliou diversos aspectos da produção de chips e revelou que a China superou a rival sul-coreana em vários segmentos importantes.
Na tecnologia de memória avançada e baseada em resistência, por exemplo, os especialistas definiram um padrão de 100% para a avaliação.
A Coreia do Sul alcançou 90,9%, enquanto a China obteve 94,1%. Esse resultado mostra que a China não só alcançou a Coreia, como já está um passo à frente.
Quando o assunto é inteligência artificial, a diferença também é perceptível. Os semicondutores usados em IA de alto desempenho colocaram a China com 88,3% de pontuação, contra 84,1% da Coreia do Sul.
No segmento de semicondutores de energia, a disparidade foi ainda maior: a Coreia ficou com 67,5%, enquanto a China atingiu 79,8%.
A única categoria em que os dois países ficaram empatados foi a tecnologia avançada de empacotamento de semicondutores, com ambos marcando 74,2%.
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Já na tecnologia de sensores de alto desempenho de nova geração, a Coreia conseguiu diminuir a diferença, mas ainda ficou atrás, com 81,3%, contra 83,9% da China.
Essa mudança no cenário pode ter grandes consequências para o mercado de tecnologia. A Coreia do Sul sempre foi um dos principais players no setor por causa da Samsung e da SK Hynix.
Mas, com a China assumindo a dianteira, as empresas sul-coreanas terão que reagir rapidamente para não perder ainda mais espaço.
Prova disso é que o chefe da divisão de semicondutores da Samsung, Park Yong-in, recentemente fez um apelo aos funcionários da System LSI para que assumam a responsabilidade de desenvolver produtos inovadores e recuperar a vantagem competitiva da empresa.
Isso mostra que a Coreia do Sul está ciente da situação e já busca formas de reverter o jogo. Nos próximos meses, veremos como esse cenário se desenrola.
O avanço da China pode pressionar ainda mais a Coreia do Sul a investir em pesquisa e desenvolvimento para recuperar sua posição de liderança.
O que é certo é que a corrida tecnológica entre os dois países está longe de acabar, e quem acompanha o setor pode esperar ainda mais disputas acirradas no futuro.