Chatbots de IA podem nunca dar lucro, e analista diz que a "bolha" pode estourar

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A OpenAI lançou recentemente o GPT-5, seu novo modelo de linguagem de última geração, e a recepção do mercado foi bastante mista por parte da comunidade global.

A novidade reacendeu o debate sobre como — e se — é possível transformar esses chatbots e modelos de IA, que consomem enormes recursos, em negócios realmente lucrativos.

Sam Altman, CEO da OpenAI, descreveu o GPT-5 como o melhor modelo de IA do mundo. Ele explicou que a tecnologia funciona como um sistema unificado, com um "roteador inteligente" capaz de alternar entre submodelos de acordo com o tipo de pergunta feita.

Apesar do avanço, usuários têm apontado problemas como: respostas mais lentas, linguagem desnecessariamente complicada e dificuldade em manter o contexto, mesmo com uma janela de memória maior.

Um paralelo interessante foi feito pelo investidor @philoinvestor, no X (antigo Twitter), que comparou a estratégia de monetização da Netflix com a que hoje é seguida pelas empresas de IA.

No caso dos chatbots, a principal aposta para gerar receita é aumentar o faturamento médio por usuário (ARPU), atraindo tanto usuários pagos quanto gratuitos, ao mesmo tempo que se tenta cortar custos.

A diferença é que a Netflix conseguiu se destacar criando conteúdo exclusivo, o que aumentou o custo de "trocar" de plataforma para o consumidor.

Já entre os chatbots e LLMs (Modelos de Linguagem de Grande Escala), a capacidade bruta é muito parecida. Isso facilita que usuários migrem para opções gratuitas sem grande perda de qualidade.

O resultado é que, enquanto os custos para manter modelos cada vez mais complexos continuam subindo, as empresas disputam usuários oferecendo funções extras que nem sempre agregam valor real.

Essa corrida pode corroer a viabilidade financeira desses produtos. O analista Michael Hartnett, do Bank of America, vê um sinal de que essa "bolha da IA" pode estourar:

"Os retornos concentrados das ações dos EUA [Mag7 + AVGO, ORCL e PLTR, responsáveis por 80% dos ganhos do S&P 500 desde o ‘Dia da Libertação’ de Trump] vão continuar até que os spreads de crédito de tecnologia aumentem... Esse será o sinal de que o gasto de caixa das empresas de IA está ameaçando o excesso de investimentos no setor. Foi assim no fim de 1999, e a recessão que veio depois impulsionou o surto de produtividade dos anos 2000."

Atualmente, cerca de 250 data centers estão em construção nos EUA. Esse boom de investimentos em infraestrutura de IA pode representar até US$ 624 bilhões — ou 2,08% do PIB americano — em 2025, segundo estimativas.

Mas Hartnett disse que quando o capital é aplicado em excesso, a eficiência cai. E essa ineficiência pode ser justamente o gatilho para o fim da euforia atual com a inteligência artificial.