O chefão da NVIDIA, Jensen Huang, afirmou que os chips de inteligência artificial da empresa não são necessários para o exército da China.
Segundo ele, o país asiático já desenvolveu suas próprias tecnologias e tem capacidade suficiente para tocar seus projetos militares sem depender de tecnologia dos Estados Unidos.
Em uma entrevista à CNN, publicada também pelo Global Times, Huang explicou que o Exército de Libertação Popular da China (PLA, na sigla em inglês) utiliza soluções próprias para suas operações. Ou seja, não precisa contar com os chips de IA da NVIDIA para avançar no setor militar.
Essas declarações aparecem num momento delicado, já que o governo dos Estados Unidos, principalmente durante o mandato de Donald Trump, reforçou o controle sobre exportações de tecnologia para a China.
A justificativa? O receio de que o país use inteligência artificial para fortalecer seu poderio militar. A disputa entre China e Estados Unidos pelo domínio da inteligência artificial é uma das grandes batalhas tecnológicas do nosso tempo.
Os dois países estão correndo para aplicar IA em diversas áreas – tanto civis quanto militares. E, claro, isso inclui a busca por mais poder de computação, algo que os chips da NVIDIA oferecem com excelência.
Mesmo assim, Jensen Huang reforça que a China já tem estrutura suficiente. Ele lembrou que o país possui diversos supercomputadores criados por engenheiros chineses talentosos, funcionando a todo vapor.
Isso mostra que o país consegue seguir desenvolvendo seu setor militar sem precisar dos chips ou da tecnologia americana. Apesar disso, os chips da NVIDIA ainda geram muita discussão, principalmente por causa do acesso que grandes potências mundiais têm a eles.
Há relatos de que a China estaria encontrando caminhos alternativos para conseguir esses chips – seja por meio de intermediários em países como Tailândia e Malásia, ou até mesmo por contrabando.
Inclusive, surgiram informações de que a China estaria montando um gigantesco centro de dados com mais de 100 mil chips da NVIDIA.
Mas até agora ninguém sabe exatamente como esses componentes chegariam até lá, o que levanta dúvidas sobre o que está sendo feito nos bastidores, mesmo com as declarações públicas do CEO da empresa.
Por outro lado, a NVIDIA também não pode simplesmente ignorar o mercado chinês. As vendas para o país representam uma parte importante da receita da empresa.
Pensando nisso, a companhia planeja lançar uma versão mais simples de seu novo chip Blackwell, voltada para tarefas de inferência de inteligência artificial no mercado chinês.
A visita recente de Jensen Huang à China parece fazer parte dessa tentativa de reconquistar a confiança do setor de IA local.
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Mesmo com as tensões políticas e comerciais, é evidente que a NVIDIA quer continuar presente em um dos maiores mercados do mundo.