Você já imaginou poder conversar com seus amigos que usam Telegram, iMessage, Google Mensagens ou outros aplicativos sem precisar sair do WhatsApp?
Essa possibilidade pode se tornar realidade em breve, graças a uma nova lei da União Europeia que obriga as empresas de tecnologia a abrirem suas plataformas para outras.
A lei se chama Ato dos Mercados Digitais (DMA) e entra em vigor em março de 2024. Ela visa promover a concorrência e a escolha dos usuários no mercado digital, evitando que empresas como a Meta, dona do WhatsApp, dominem o setor de comunicação online.
Para se adequar à lei, o WhatsApp está trabalhando em um recurso que permitirá a interoperabilidade com outros aplicativos de mensagens.
Isso significa que os usuários do WhatsApp poderão enviar e receber mensagens de texto, imagens, áudios, vídeos e arquivos de pessoas que usam outros serviços, e vice-versa. Mas como isso vai funcionar na prática?
Em uma entrevista para a revista Wired, o diretor de engenharia do WhatsApp, Dick Brouwer, explicou alguns detalhes sobre o projeto, que está em fase de testes e deve ser anunciado em março.
Segundo ele, a interoperabilidade do WhatsApp será uma opção que os usuários poderão ativar ou não, de acordo com sua preferência.
Quem optar por ela, verá uma seção separada no topo da sua lista de conversas, onde poderá acessar as mensagens de outros aplicativos.
Brouwer disse que essa separação é importante, pois o WhatsApp não pode garantir o mesmo nível de privacidade e segurança que oferece nas suas mensagens nativas.
Como será a troca de mensagens entre os aplicativos de mensagens?
Para que as mensagens possam ser trocadas entre diferentes plataformas, elas precisarão ser criptografadas usando o mesmo protocolo que o WhatsApp usa, que é o Protocolo Signal.
Esse protocolo garante que as mensagens sejam protegidas de ponta a ponta, ou seja, só podem ser lidas pelos remetentes e destinatários, sem que ninguém mais possa interceptá-las ou acessá-las.
Além disso, os aplicativos que quiserem se conectar com o WhatsApp terão que seguir as regras e os termos da Meta, e se conectar aos servidores do WhatsApp para enviar e receber as mensagens.
O WhatsApp também aceitará que outros aplicativos usem protocolos diferentes, desde que atendam aos padrões de segurança que o WhatsApp estabelece em suas orientações.
Brouwer também afirmou que a Meta gostaria que outros aplicativos usassem o protocolo Signal, que é o mesmo que o WhatsApp usa com seus próprios aplicativos.
Os aplicativos de terceiros também poderão usar um proxy entre seus aplicativos e os servidores do WhatsApp. No entanto, isso pode trazer riscos associados.
A princípio, a interoperabilidade se limitará à troca de mensagens entre duas pessoas. Chamadas e conversas em grupo virão nos próximos anos, conforme as regras da União Europeia.
Brouwer disse que a empresa ainda está trabalhando nas funcionalidades e no nível de suporte que oferecerá para as empresas que quiserem se integrar com o WhatsApp.
Ele também disse que a empresa não tem ideia da demanda que esse recurso terá. Essa mudança é uma grande novidade, mas também traz alguns desafios e questões.
Será que os usuários vão aderir à interoperabilidade ou preferirão manter suas conversas separadas? Será que a privacidade e a segurança das mensagens serão preservadas?
Será que a comunicação online ficará mais fácil e inclusiva para todos? Essas são perguntas que só o tempo e a experiência poderão responder.
