A Samsung tá querendo correr atrás do prejuízo na briga com outras gigantes do setor de semicondutores, como a TSMC.
E pra isso, a empresa conseguiu uma autorização do governo da Coreia do Sul pra aumentar a carga horária dos funcionários da área de pesquisa e desenvolvimento (P&D) que trabalham com chips.
Agora, o pessoal vai poder trabalhar até 64 horas por semana — bem acima do limite legal que normalmente é de 52 horas por lá.
Essa mudança só foi possível porque o governo sul-coreano mexeu nas regras em março. Antes, a empresa só podia esticar o expediente por até 3 meses.
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Agora, ela pode pedir uma extensão de até 6 meses de cada vez, desde que a solicitação passe pela aprovação do Ministério do Trabalho.
E foi exatamente isso que a Samsung fez. No dia 9 de abril, a filial do ministério na região de Gyeonggi deu sinal verde pro pedido da empresa.
Essa nova carga horária vale só pro pessoal que atua no desenvolvimento de semicondutores, e isso inclui engenheiros e outros especialistas em chips.
O problema é que o relatório divulgado não fala nada sobre aumento de salário ou benefícios extras pra quem vai ralar mais.
Também não fica claro se existe alguma proteção legal contra abusos, tipo excesso de trabalho que pode acabar prejudicando a saúde dos funcionários.
Esse empurrão na carga horária tem um objetivo claro: dar um gás na competitividade da Samsung. A empresa vem ficando pra trás em relação a concorrentes diretos, e aumentar a produtividade é uma tentativa de virar esse jogo.
Recentemente, rolou uma notícia animadora (pro lado da Samsung, claro): a empresa conseguiu melhorar os resultados na produção de chips de 2 nanômetros.
Na fase de testes com o processador Exynos 2600, eles conseguiram passar de 30% pra 40% de rendimento, o que mostra que a produção tá ficando mais eficiente.
Mesmo assim, a Samsung ainda tá atrás da TSMC, que domina esse mercado com folga. Esse tipo de mudança nas regras trabalhistas não é exclusividade da Samsung, não.
Segundo o próprio Ministério do Trabalho da Coreia, outras empresas do setor de semicondutores já estão se mexendo pra fazer pedidos parecidos, com a intenção de ganhar mais fôlego na produção e não perder espaço no mercado.
Mas fica no ar uma dúvida que muita gente tá levantando: até que ponto esse aumento de carga horária pode afetar os trabalhadores?
Não tem nenhuma confirmação oficial sobre condições melhores de trabalho ou algum tipo de proteção extra pra quem vai encarar essa rotina puxada.
E isso preocupa bastante, ainda mais em setores que exigem tanto esforço mental e físico. Enquanto isso, o governo vai continuar analisando caso a caso.
As empresas precisam renovar o pedido a cada seis meses. Se quiserem continuar com essa jornada de 64 horas por semana, vão ter que provar que vale a pena e que tá tudo dentro das regras — ou pelo menos do que for permitido pela nova legislação.
No fim das contas, a Samsung tá tentando se manter relevante num mercado supercompetitivo, apostando em mais horas de trabalho pra acelerar as inovações. Resta saber se esse caminho vai trazer resultados positivos sem sacrificar quem tá lá dentro, carregando o piano.