Primeiras amostras da CPU AMD Ryzen "Zen 6" já foram distribuídas

AMD Zen 6

A nova geração de processadores AMD Ryzen com a arquitetura "Zen 6" já começou a circular em amostras de testes entre desenvolvedores e parceiros da empresa.

O lançamento oficial ainda está distante, previsto só para meados ou final de 2026, mas algumas informações reveladas recentemente indicam mudanças importantes no desempenho e na forma como esses chips funcionam.

Quem trouxe essas novidades foi Yuri Bubliy — mais conhecido como 1usmus, criador do software Hydra, especializado em ajustes finos de desempenho dos chips Ryzen.

A principal novidade é que a AMD vai continuar evoluindo a arquitetura usada nos seus processadores, sem fazer mudanças radicais. Isso significa que a empresa está aperfeiçoando o que já deu certo com a geração anterior, a Zen 5.

Ao invés de reinventar tudo, a AMD aposta em melhorias pontuais. Uma das grandes mudanças é o aumento do número de núcleos por CCD (o bloco principal onde os núcleos do processador ficam).

A expectativa é que os processadores "clássicos" com arquitetura Zen 6 tenham até 12 núcleos por CCD, e nas versões mais compactas, chamadas de "Dense", esse número pode chegar a 16 núcleos por CCD.

Isso significa mais capacidade de processamento ao mesmo tempo, o que beneficia tanto quem joga quanto quem usa o computador para tarefas pesadas, como edição de vídeo, modelagem 3D ou programação.

Além disso, o cache — que é uma espécie de memória super-rápida usada pelo processador para agilizar tarefas — deve aumentar para 48 MB por CCD, um salto importante que também ajuda no desempenho geral.

Novo sistema de controle de memória

Outro ponto interessante revelado por 1usmus é a mudança no sistema de controle de memória dos processadores Zen 6. A AMD está preparando um design "dual" de IMC (controlador de memória integrado).

Na prática, isso quer dizer que o processador terá dois controladores, o que pode ajudar a lidar melhor com memórias mais rápidas, especialmente o padrão DDR5.

Por outro lado, os processadores continuarão com dois canais de memória, sem suporte nativo a quatro canais nas placas-mãe atuais.

Isso deve acontecer porque a AMD pretende manter compatibilidade com o soquete AM5, usado nos modelos atuais e futuros da linha Ryzen.

Ou seja, quem já tem uma placa-mãe AM5, provavelmente poderá usá-la com os novos processadores, sem precisar trocar tudo. Mesmo com mudanças moderadas, espera-se um bom salto de desempenho. As previsões apontam para:

  • Melhora de dois dígitos em IPC (quantidade de instruções que o processador executa por ciclo)
  • Mais núcleos e threads, podendo chegar a 24 núcleos e 48 threads
  • Velocidades de clock maiores graças a um processo de fabricação mais avançado
  • Maior suporte a memória DDR5 mais rápida
  • Maior cache interno
  • Mesmo consumo de energia (TDP similar ao atual)

Ou seja, mesmo sem mudanças radicais, tudo aponta que haverá mais velocidade, mais capacidade de lidar com várias tarefas ao mesmo tempo e compatibilidade com as tecnologias mais modernas.

Possível salto para até 64 núcleos?

Com duas unidades CCD, a AMD pode montar processadores com até 24 núcleos, mas existe a possibilidade de chegar a 32 ou até 64 núcleos, principalmente se a empresa adaptar os chips da linha EPYC (voltada para servidores) para o mercado de desktops.

Isso seria útil para quem trabalha com tarefas extremamente pesadas e pode abrir caminho para versões Ryzen com desempenho de servidor, mas com preço acessível.

Também é possível que vejamos versões X3D desses chips, que aumentam ainda mais o cache — ótimo para gamers e profissionais que precisam de altíssima performance.

Apesar das amostras já estarem em testes, os novos processadores Ryzen com arquitetura Zen 6 só devem ser lançados entre o meio e o final de 2026.

A previsão é que eles cheguem ao mercado junto com os novos processadores da Intel, os Nova Lake-S, que devem ter até 52 núcleos.

Atualmente, a AMD tem mantido a liderança em desempenho para jogos, eficiência energética e até mesmo em poder bruto de processamento. Ainda não sabemos se a Intel vai conseguir ultrapassar a AMD dessa vez, mas a disputa vai ser interessante.