NASA envia astronautas à Antártica para aprenderem a sobreviver em Marte

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Os exploradores britânicos Justin Packshaw e Jamie Facer Childs estão em uma jornada de 2.268 quilômetros em um território inóspito da Terra para aprenderem mais sobre os desafios que podem enfrentar em Marte.

Esta é a primeira missão da NASA para treinar astronautas que podem ser os primeiros exploradores de Marte. A agência também está monitorando o desempenho físico dos exploradores.

Os dois exploradores britânicos estão sendo submetidos a testes que inclui arrastar trenós por mais de 2 mil milhas da região mais remota da Antártica e outros desafios intensos.

O experimento faz parte da expedição "Chasing the Light" que irá durar 80 dias e será usado pela NASA para entender como os futuros exploradores de Marte irão lidar com as condições extremas do planeta vermelho.

Durante o experimento, os astronautas não receberão nenhuma assistência externa e não usarão ajudas mecânicas, contando apenas com sua própria força física e mental para chegar até o pólo de inacessibilidade da Antártica, o ponto no continente meridional mais afastado do mar.

Justin Packshaw e Jamie Facer Childs
Justin Packshaw e Jamie Facer Childs já estão na metade de sua jornada de 80 dias.

Os dois participantes da expedição terão que coletar suas próprias fezes, urina e outros fluidos corporais ao longo do caminho para ajudar os cientistas a entenderem como seus corpos reagem sob estresse extremo.

Além de informações valiosas sobre a humanidade, eles também estarão coletando dados sobre o próprio Pólo Sul, que ainda é um dos lugares mais misteriosos da Terra.

Nenhum satélite orbita diretamente sobre o pólo, então eles estarão reunindo novas informações sobre as condições meteorológicas e a radiação do espaço que afeta a região.

De acordo com os pesquisadores da NASA, as condições frias e secas do interior da Antártica são o equivalente mais próximo a Marte aqui na Terra.

"A Antártica tem um ambiente austero que é útil para uma variedade de pesquisas humanas e biológicas, desde isolamento, investigações microbianas, imunologia e muito mais", explica o site Chasing the Light.

"A missão de Justin e Jamie permitirá que os cientistas observem uma rara história científica da adaptabilidade humana, que acabará por contribuir para o mapeamento contínuo de modelos de dados genômicos, fisiológicos, psicológicos e ambientais da exploração espacial centrada no homem", acrescenta.

Existem vários desafios para os exploradores que enfrentam esses ambientes estranhos e desconhecidos, um bom exemplo disso foi o que aconteceu com os astronautas da missão Apollo 14.

Em sua segunda caminhada na Lua, os astronautas da Apollo 14 Alan Shepard e Edgar Mitchell ficaram confusos quando as crateras que estavam usando como marcos de navegação pareciam muito diferentes no solo do que em seus mapas.

Eles tiveram problemas para estimar a distância que haviam viajado e acabaram abandonando a missão de pesquisar a borda da cratera Cone, apesar de estarem a menos de 20 metros de seu destino.

Um dos objetivos de Justin e Jamie é pesquisar esse fenômeno e encontrar soluções para ajudar os primeiros humanos em Marte a encontrar seu caminho.

Via: Daily Star