A Meta, empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, se recusou a assinar um acordo proposto pela União Europeia (UE) sobre o uso da Inteligência Artificial (IA).
A empresa acredita que o pacto pode ir longe demais nas exigências, colocando em risco o crescimento da tecnologia e a inovação das empresas de tecnologia.
Esse posicionamento da Meta aumenta a tensão entre os gigantes da tecnologia e os reguladores europeus, que tentam encontrar uma forma de controlar o avanço da IA sem barrar suas possibilidades.
O pacto proposto pela União Europeia é uma medida temporária enquanto as novas leis sobre IA, chamadas de AI Act, não entram em vigor por completo. Essas regras já foram aprovadas e começam a valer, de fato, a partir de 2026.
Até lá, a ideia da UE é que as empresas de tecnologia sigam os princípios básicos da nova lei, como transparência, responsabilidade e segurança no desenvolvimento de inteligência artificial. Muitas empresas já aceitaram o convite e aderiram ao acordo, mas a Meta decidiu ficar de fora.
Segundo a empresa, esse pacto repete obrigações que já estão na lei oficial e, pior, pode obrigar mudanças antecipadas nos seus sistemas (fonte: CNBC), atrapalhando a agilidade e a liberdade que são essenciais para o avanço da IA.
A empresa quer seguir as regras, mas no tempo certo
Mesmo se recusando a assinar o pacto agora, a Meta disse que quer continuar trabalhando com os reguladores da Europa para garantir que suas tecnologias de inteligência artificial sejam seguras e estejam dentro das normas.
No entanto, a empresa acredita que o acordo está tentando forçar mudanças rápidas demais, o que pode prejudicar quem está tentando inovar.
De outro lado, os representantes da União Europeia dizem que o pacto é importante para evitar que a inteligência artificial cause danos às pessoas, principalmente quando se trata de IA generativa (como o ChatGPT) e algoritmos de recomendação, que influenciam diretamente o que vemos nas redes sociais, vídeos e notícias.
Regras mais rígidas podem favorecer concorrentes de fora
A Meta também alertou que, se houver regulamentações muito pesadas logo no começo, o desenvolvimento de novas tecnologias pode ser prejudicado.
Isso pode abrir vantagem para empresas de outras partes do mundo onde as regras são menos rígidas, deixando as empresas europeias em desvantagem.
Essa decisão da Meta mostra uma preocupação maior que está acontecendo em todo o setor de tecnologia, como equilibrar regras que protejam as pessoas sem impedir que as empresas possam testar, criar e melhorar suas ferramentas.
No mundo todo, governos estão discutindo como criar regras para o uso da inteligência artificial. O posicionamento da Meta mostra o quanto é difícil encontrar um meio-termo entre segurança e liberdade para inovar.
Mesmo não aceitando o pacto agora, a empresa ainda pode influenciar como essas leis serão aplicadas no futuro. Esse debate sobre o acordo europeu pode servir de exemplo para outros países e influenciar o caminho da IA no mundo inteiro.