O pregão desta semana mostrou mais uma vez como o mercado de tecnologia pode ser volátil. Em meio a preocupações com tarifas, receio de recessão e investidores buscando alternativas mais seguras, as ações de empresas de computação quântica acabaram ficando no centro das atenções.
Enquanto companhias tradicionais como Unilever, Procter & Gamble e Johnson & Johnson fecharam em alta, nomes ligados à computação quântica tiveram um desempenho bem diferente.
De acordo com um relatório do WccfTech, a Quantum Computing Inc. (QUBT) e Rigetti Computing (RGTI) chegaram a cair quase 6% durante o dia, puxando os índices para baixo.
Entre as quatro principais empresas listadas na bolsa ligadas à computação quântica, duas sofreram mais. Quantum Computing Inc. e Rigetti, que têm foco em hardware, foram as que mais perderam valor.
Já IonQ (IONQ) e D-Wave Quantum (QBTS), que além do hardware também oferecem soluções de software, tiveram quedas bem menores: cerca de 0,35% no caso da IonQ e 0,15% para a D-Wave no fim da tarde.
Esse detalhe faz diferença. Empresas que vendem software conseguem manter margens mais interessantes mesmo quando o mercado fica apertado.
Já os fabricantes de hardware acabam mais expostos a cortes de orçamento em tempos de incerteza. Por isso, na reta final do pregão, as ações ligadas a software chegaram a recuperar parte das perdas.
O setor de computação quântica tem vivido de extremos. Em dezembro, os papéis dispararam após a Google anunciar que seu chip quântico Willow conseguiu acelerar cálculos complexos em comparação com supercomputadores.
Já em janeiro, o CEO da NVIDIA, Jensen Huang, jogou um balde de água fria no setor ao afirmar que os resultados práticos da tecnologia podem demorar mais para chegar. Esse vai e vem ajuda a explicar por que os investidores ainda tratam o setor com cautela.
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No acumulado do ano, o ETF QTUM, da Defiance, que reúne várias dessas empresas, está com alta de 13,9%. Mas só no pregão mais recente perdeu 1,4%, mostrando que os humores mudam rápido.
Para quem acompanha esse mercado, é nítido que a computação quântica ainda é uma aposta de longo prazo. Quem procura estabilidade talvez prefira empresas consolidadas ou ETFs diversificados.
Já quem aceita correr risco pode olhar para o setor como uma possibilidade de estar exposto a uma tecnologia que, se realmente entregar o que promete, pode transformar diversos segmentos da economia — de finanças a saúde e logística.