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Intel subestimou a Inteligência Artificial e perdeu espaço: ex-CEO admite erro

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Durante seu período como CEO da Intel, Pat Gelsinger cometeu um erro que custou caro à empresa, ele subestimou o impacto que a Inteligência Artificial (IA) teria no mercado de tecnologia.

E agora, ele admite isso publicamente. Esse vacilo não só fez a Intel perder espaço, como também permitiu que gigantes como NVIDIA e AMD dominassem um setor que hoje movimenta centenas de bilhões de dólares.

Gelsinger, que deixou o cargo de CEO da Intel, reconheceu que ele e quase todo mundo dentro da empresa não tinham ideia do quanto a IA se tornaria importante tão rapidamente.

Na época, o foco da Intel estava voltado para uma parte da IA chamada "inferência", que basicamente é quando a IA já está pronta e começa a fazer previsões e análises.

Mas os concorrentes, como a NVIDIA, estavam de olho em algo muito mais poderoso, o treinamento de modelos de IA, que é o processo mais pesado e essencial para criar sistemas de inteligência artificial realmente inteligentes e úteis.

Enquanto isso, a Intel apostava nos seus chips Xeon e em aceleradores como o Gaudi para tentar entrar no mercado. Porém, esses produtos não empolgaram grandes empresas de nuvem (como Amazon, Google e Microsoft), que preferiram as soluções da concorrência.

Como resultado, a Intel ficou para trás numa corrida que hoje define o futuro da tecnologia. Não é nenhum segredo que o mercado de chips para IA tem evoluído rapidamente.

A NVIDIA, por exemplo, já tem soluções muito avançadas, que são usadas em centros de dados, supercomputadores e até mesmo em empresas que desenvolvem robôs e carros autônomos.

A AMD também tem feito progressos importantes. Ambas conquistaram espaço porque souberam olhar para frente e investir pesado.

Já a Intel, mesmo com projetos ambiciosos como o Falcon Shores, acabou cancelando alguns deles antes mesmo de colocá-los no mercado.

O novo projeto, chamado Jaguar Shores, ainda está engatinhando e parece estar bem atrás do que os concorrentes oferecem hoje. Enquanto isso, a empresa tenta, com dificuldade, manter os negócios atuais funcionando.

Gelsinger reconhece o erro e defende a produção interna

Mesmo com todos esses desafios, Pat Gelsinger ainda acredita que manter a fabricação dos próprios chips dentro da Intel — o chamado modelo IDM 2.0 — é o melhor caminho.

Esse modelo exige altos investimentos e tem sido alvo de muitas críticas, principalmente porque não trouxe os resultados esperados. Agora, com a chegada do novo CEO, Lip-Bu Tan, a estratégia parece estar mudando.

Em vez de insistir tanto na fabricação própria, ele está apostando mais na parte de design dos chips, uma área onde a Intel sempre foi muito forte.

A ideia é reduzir custos e focar no que a empresa faz melhor. A história da Intel mostra como decisões estratégicas erradas podem afetar até mesmo as maiores empresas do mundo.

Subestimar o crescimento da Inteligência Artificial foi um erro que não só custou bilhões em receita, como também deixou a empresa em desvantagem num mercado que dita o ritmo da inovação global.

Para quem está começando a se interessar por tecnologia ou trabalha com TI, essa situação da Intel serve de lição. Em tecnologia, quem não se atualiza, fica para trás.

A IA é hoje uma das maiores forças de transformação digital, com aplicações que vão desde diagnósticos médicos até ferramentas como assistentes virtuais e análise de dados em larga escala.