A Intel está se movimentando para voltar ao topo no mercado de processadores. Depois de ter dificuldades com seus lançamentos mais recentes e perder espaço para a AMD, a empresa revelou seus próximos passos — e eles incluem processadores mais potentes, novas tecnologias nos chips e até uma volta atrás em decisões do passado.
Quem deu a notícia foi o próprio CEO da Intel, Lip-Bu Tan, durante uma conversa com investidores. Ele falou sobre o futuro da empresa e disse que a Intel quer recuperar o que perdeu, tanto no mercado de computadores como no de servidores.
A grande novidade para quem usa computador em casa ou no trabalho é a chegada do Nova Lake, uma nova geração de processadores da Intel que será lançada no final de 2026.
Essa linha vai funcionar tanto em notebooks quanto em desktops, mas o foco principal é mesmo competir com a AMD no setor de máquinas mais potentes — aquelas usadas para jogos, criação de conteúdo ou tarefas pesadas.
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O Nova Lake promete até 52 núcleos de processamento, o que deve dar um salto enorme em velocidade, desempenho gráfico e eficiência de energia.
Além disso, ele vai usar a arquitetura Xe, que é a mesma usada nas placas de vídeo da Intel, garantindo gráficos melhores até mesmo para quem não usa placa dedicada.
Segundo o CEO, esse lançamento é essencial para equilibrar a disputa com a AMD, que hoje domina o setor de alto desempenho com sua linha de processadores Ryzen e EPYC.
Antes do Nova Lake, a Intel vai lançar o Panther Lake, previsto para o final de 2025. Esse processador será o primeiro a usar a nova tecnologia de fabricação chamada Intel 18A.
A empresa também pretende lançar mais versões (ou "SKUs") no início de 2026. O próprio Lip-Bu Tan admitiu que esse lançamento é um teste importante.
Ele explicou que o Panther Lake ainda vai ter custos mais altos de produção no início, mas, com o tempo, esses valores devem diminuir conforme o processo de fabricação amadurece.
A expectativa é que, com mais volume e melhores resultados, a margem de lucro aumente e o produto se torne competitivo. No setor de servidores, a Intel também está se reorganizando.
Ela prepara uma nova linha chamada Coral Rapids, que será lançada entre 2028 e 2029 e vai substituir os chips Diamond Rapids. A grande mudança aqui é o retorno da tecnologia SMT (Simultaneous Multithreading) nos núcleos principais (P-Cores).
O SMT é uma técnica que permite ao processador realizar mais tarefas ao mesmo tempo. Era uma vantagem da Intel no passado, mas foi deixada de lado em lançamentos recentes.
Agora, com a concorrência da AMD apertando, a Intel reconheceu que abandonar essa tecnologia foi um erro — porque isso ajudou a AMD a conquistar 45% do mercado de servidores, deixando a Intel com apenas 55%.
A linha Coral Rapids vai corrigir isso e trazer de volta o SMT nos núcleos principais, aumentando o desempenho em tarefas pesadas, como bancos de dados, inteligência artificial e nuvem.
Além dos processadores, a Intel também falou sobre o futuro das suas GPUs Xe, que são as placas gráficas da empresa usadas tanto em computadores comuns quanto em soluções de inteligência artificial.
Apesar das placas "Arc" não estarem sendo tão destacadas no momento, a Intel disse que não vai abandonar o setor de gráficos.
Pelo contrário, vai continuar investindo para melhorar a integração entre seus processadores e as GPUs — principalmente nas tecnologias voltadas para AI (inteligência artificial) e sistemas mais inteligentes. O objetivo agora é construir uma base sólida com o que a Intel já tem de melhor: os processadores x86 e as GPUs Xe.
Mas, para realmente crescer no setor de inteligência artificial, será preciso avançar também no lado do software — algo que a Intel reconhece que nunca foi seu ponto forte, mas que agora será prioridade sob a liderança de Lip-Bu Tan.