Governo dos EUA financiará fabricantes de chips como Intel e TSMC

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O governo do presidente Joe Biden está disposto a oferecer "bilhões de dólares" em financiamento para fabricantes de chips como Intel e TSMC, que planejam construir fábricas nos Estados Unidos.

O objetivo é acelerar o processo de produção doméstica de semicondutores, que são essenciais para diversos setores da economia e da segurança nacional.

O novo pacote de subsídios faz parte da Lei de Incentivos para a Produção de Semicondutores para a América (CHIPS, na sigla em inglês), que prevê US$ 280 bilhões em verbas federais, incluindo US$ 52 bilhões em investimentos e incentivos fiscais para pesquisa, design e fabricação de chips nos EUA.

A intenção é reduzir a dependência do país de fornecedores estrangeiros, principalmente da China e de Taiwan, que dominam o mercado global de semicondutores.

A distribuição dos recursos será baseada em critérios de mérito e negociação comercial, levando em conta quais projetos contribuirão mais para o avanço econômico e a segurança nacional dos EUA, segundo o Departamento de Comércio.

Entre os possíveis beneficiários do financiamento estão a Intel, que já anunciou planos de construir novas fábricas no Arizona, Ohio, Novo México e Oregon, e a TSMC, que pretende investir US$ 12 bilhões em uma unidade no Arizona.

Ambas as empresas enfrentam altos custos para desenvolver e operar as instalações, que exigem tecnologia de ponta e mão de obra qualificada.

No entanto, apesar do apoio do governo, algumas empresas manifestaram reservas sobre as políticas da Lei CHIPS, especialmente a Intel, que afirmou que deveria receber uma parcela maior do financiamento, por estar mais comprometida do que as outras com a produção doméstica de chips.

A Lei CHIPS foi aprovada pelo Senado em junho de 2023, mas ainda precisa ser votada pela Câmara dos Representantes, que pode fazer alterações no texto. A expectativa é que a legislação seja sancionada pelo presidente Biden até o final de 2024.

A iniciativa do governo americano ocorre em um momento de escassez global de chips, que afeta diversos setores, como automotivo, eletrônico e de telecomunicações.

A demanda por semicondutores aumentou com a pandemia de Covid-19, que impulsionou o consumo de dispositivos digitais, ao mesmo tempo em que a oferta foi prejudicada por problemas logísticos, sanções comerciais e desastres naturais.

Além de estimular a produção doméstica de chips, os EUA também têm adotado medidas para restringir as exportações de semicondutores para a China, alegando riscos de espionagem e roubo de propriedade intelectual.

A China, por sua vez, tem investido bilhões de dólares para desenvolver sua própria indústria de chips, que ainda está atrasada em relação aos líderes mundiais.

A disputa pelo domínio do mercado de semicondutores é considerada estratégica para o futuro da economia e da tecnologia, pois os chips são fundamentais para o avanço de áreas como inteligência artificial, computação em nuvem, 5G e internet das coisas.

Via: Reuters, WccfTech