O Google pode estar prestes a fazer uma grande mudança na produção dos chips Tensor, usados em sua linha de smartphones Pixel, de acordo com um relatório recente do Business Korea.
O Tensor G4, presente em todos os modelos do Pixel 9 lançados este ano, pode ser o último de sua geração, já que a empresa está considerando abandonar a parceria com a Samsung em favor da TSMC, gigante taiwanesa do setor de semicondutores.
Segundo vários relatórios, o Google já está desenvolvendo o Tensor G5 para o Pixel 10, que será fabricado em larga escala utilizando a tecnologia de 3 nanômetros (nm) de segunda geração da TSMC.
Além disso, há indícios de que a empresa também planeja usar a TSMC para a produção do futuro Tensor G6, que deve contar com um processo ainda mais avançado de 2nm.
O motivo da mudança
A mudança de fornecedor parece estar diretamente ligada à baixa eficiência da Samsung no processo de 3nm, mais especificamente com a tecnologia GAA (Gate-All-Around).
Relatórios indicam que o rendimento da Samsung nessa tecnologia está em preocupantes 20%, o que torna a produção em grande escala inviável.
Esse problema teria sido o principal motivo para que o Google escolhesse a TSMC como sua nova parceira para a fabricação dos chips Tensor G5 e G6.
Inclusive, a Samsung já perdeu outros clientes importantes por conta desses mesmos desafios, como foi o caso da Qualcomm, que optou pela TSMC para a produção do Snapdragon 8 Gen 4.
Tensor G5 pode estar em estágio avançado
O desenvolvimento do Tensor G5 já estaria bastante adiantado, tendo atingido o status de 'tape-out', ou seja, o design do chip está pronto e já pode ser enviado para a TSMC para a produção em massa.
Isso confirma que o Google está decidido a confiar na tecnologia de semicondutores de Taiwan para os próximos lançamentos. Para o Pixel 11, previsto para usar o Tensor G6, a produção deve acontecer no processo de 2nm da TSMC.
Essa nova tecnologia permite a criação de chips mais potentes e eficientes, marcando um grande avanço para a linha Pixel.
Um especialista da indústria de semicondutores, que preferiu não ser identificado, disse que a Samsung vai ter muito trabalho para reconquistar o Google como cliente:
"Se o Google colaborar com a TSMC, pode levar um tempo considerável até que eles retornem à Samsung para produção. Melhorar as taxas de rendimento para provar o desempenho do produto é o melhor curso de ação."
Custos e desafios no processo de 2nm
Apesar da mudança para a TSMC e a adoção do processo de 2nm parecerem promissoras, isso não significa que o Google não terá desafios pela frente.
A marca Pixel ainda não tem uma grande penetração de mercado quando comparada a concorrentes como Apple e Samsung, o que pode tornar a produção de chips de 2nm bastante cara, principalmente em volumes menores.
Uma alternativa possível seria o Google optar pelo processo 'N3P', uma evolução do 3nm da TSMC, que poderia oferecer um equilíbrio entre custo e desempenho.
O futuro da linha Pixel parece estar tomando um novo rumo, com o Google investindo em tecnologias de ponta para garantir a evolução dos seus processadores Tensor.
A parceria com a TSMC pode ser o ponto de virada para melhorar o desempenho e a eficiência de seus dispositivos e assim, intimidar os seus concorrentes de mercado.
No entanto, a transição para o processo de 2nm traz seus próprios desafios, como o custo elevado para um mercado de menor escala.