Nos últimos dias, a gigante taiwanesa TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company) teve um dos vazamentos mais delicados de sua história.
Informações altamente confidenciais sobre a sua nova tecnologia de chips de 2 nanômetros (2nm) foram expostas, e agora surgem indícios de que empresas japonesas podem estar envolvidas nesse episódio.
De acordo com o jornal Taiwan Economic Daily, um grupo de nove engenheiros da TSMC foi identificado como responsável pelo vazamento.
Eles foram flagrados em uma cafeteria, onde estariam discutindo e compartilhando detalhes sigilosos sobre a avançada tecnologia de chips de 2nm.
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Mas o que mais chamou a atenção foi o método utilizado, os funcionários trabalhavam 100% de forma remota, acessando os sistemas da empresa de casa por meio de laptops fornecidos pela própria TSMC.
Em seguida, usavam seus celulares para tirar fotos da tela contendo dados confidenciais. Estima-se que mais de 400 imagens relacionadas à produção experimental e ao desenvolvimento do processo de 2nm foram extraídas dessa forma.
Segundo fontes locais, cada acesso ao sistema levava menos de 3 minutos, e os engenheiros focavam exclusivamente nos dados sensíveis ligados à nova tecnologia. Inicialmente, muita gente pensou que países como China ou Rússia estivessem por trás desse ataque.
Porém, investigações em Taiwan sugerem que o destino das informações pode ter sido o Japão — mais especificamente, a empresa Rapidus, que também está desenvolvendo chips em 2nm e tem ganhado destaque nos últimos meses.
Um dos engenheiros presos teria, inclusive, trabalhado anteriormente na Tokyo Electron, empresa japonesa parceira da Rapidus. Isso levantou ainda mais suspeitas sobre o possível envolvimento direto de empresas japonesas na obtenção ilegal dessas informações.
Ainda não existe uma conclusão oficial, mas o avanço acelerado da Rapidus com a tecnologia de 2nm levanta a possibilidade de que informações internas da TSMC possam ter sido utilizadas para ganhar vantagem competitiva.