Cientistas registram buraco negro expelindo jatos de plasma pela primeira vez

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Os astrônomos conseguiram capturar a imagem da sombra de um buraco negro supermassivo, localizado no centro da galáxia Messier 87 (M87), além de um poderoso jato de material emergindo dele.

As observações foram feitas em 2018, mas só agora foram divulgadas em uma imagem que reúne dados de vários telescópios, incluindo o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, o Greenland Telescope e o Global Millimeter VLBI Array.

Esses telescópios trabalharam juntos para criar um telescópio virtual do tamanho da Terra e observar o coração de M87, localizado a 55 milhões de anos-luz de distância.

A nova imagem pode ajudar os astrônomos a obter mais informações sobre como os buracos negros se comportam e por que eles lançam jatos energéticos de material em todo o universo.

Buraco negro expelindo plasma
Imagem de buraco negro expelindo plasma no centro da galáxia M87. Ele é cerca de 6,5 bilhões de vezes maior que o sol.

Estudos sobre buracos negros

As grandes galáxias geralmente contêm um buraco negro supermassivo em seu centro, que engole gás, poeira e estrelas que passam muito perto.

Além disso, um buraco negro também é capaz de enviar jatos poderosos de material explodindo pelo espaço que podem ir muito além de sua galáxia natal.

Esta nova observação mostra a região ao redor do buraco negro e a origem direta do jato ao mesmo tempo, o que é crucial para entender como estes jatos são expelidos destes objetos celeste.

A imagem formada a partir dessas capturas foi divulgada recentemente e revela uma conexão entre a base do jato e a matéria que gira em torno do buraco negro supermassivo.

Enquanto observações anteriores mostraram o jato e o buraco negro separadamente, incluindo a primeira imagem direta de um buraco negro, divulgada em 2019.

A nova imagem mostra um comprimento de onda maior do que a imagem de 2019, os astrônomos acreditam que seja algo em torno de 50%, devido à maior quantidade de material caindo em direção ao buraco negro.

Para criar a imagem, os pesquisadores usaram a interferometria, técnica que sincroniza os sinais captados por cada telescópio.

Além disso, os astrônomos usaram o aprendizado de máquina para recriar uma versão mais limpa e nítida da imagem original do buraco negro M87 de 2019.

A técnica de interferometria e o uso de aprendizado de máquina são avanços importantes na astronomia que podem ser usados para estudar outros fenômenos cósmicos com mais detalhes.

Galáxia Messier 87
A galáxia Messier 87 está localizada a cerca de 55 milhões de anos-luz da Terra.

De acordo com a NASA, os buracos negros são compostos de grandes quantidades de matéria espremidas em uma pequena área, criando um enorme campo gravitacional que atrai tudo ao seu redor, incluindo a luz.

Esses poderosos fenômenos celestes também superaquecem o material ao seu redor e distorcem o espaço-tempo. O material acumulado em torno dos buracos negros é aquecido a bilhões de graus e atinge quase a velocidade da luz.

O poderoso jato de plasma lançado pelos buracos negros pode ter uma influência significativa na formação e evolução das galáxias em que se encontram.

Os astrônomos agora vão estudar esses jatos para entender melhor como os buracos negros se comportam e como eles afetam o ambiente em torno deles.

Via: Business Insider