China recomenda que empresas evitem chips H20 da NVIDIA

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Depois de a imprensa noticiar que o governo dos Estados Unidos aplicou uma taxa de 15% sobre as vendas de chips de IA da NVIDIA e AMD para a China, novas informações indicam que Pequim está cada vez mais cautelosa em relação ao uso desses componentes americanos — especialmente em áreas ligadas à segurança nacional e serviços governamentais.

A NVIDIA, líder global em chips de inteligência artificial, e a AMD começaram recentemente a receber licenças de exportação para vender esses produtos no mercado chinês.

Porém, segundo a Bloomberg, autoridades chinesas têm alertado empresas locais para não dependerem dos chips H20 da NVIDIA, mesmo que eles já estejam liberados pelo governo americano.

O motivo da preocupação vai além da disputa comercial. Autoridades chinesas suspeitam da possibilidade de "portas dos fundos" (backdoors) e sistemas de rastreamento integrados nesses chips, o que poderia comprometer dados sensíveis.

A NVIDIA, é claro, nega categoricamente qualquer tipo de mecanismo de espionagem, mas a desconfiança persiste — principalmente porque, no mês anterior, órgãos de cibersegurança da China já haviam iniciado investigações sobre esses mesmos chips H20.

Outra preocupação de Pequim é reduzir a dependência de tecnologia estrangeira e fortalecer a indústria nacional de semicondutores.

Hoje, a Huawei é a principal fabricante local de chips de IA, mas enfrenta limitações impostas por sanções dos EUA, o que a deixa atrás da NVIDIA em desempenho e no ecossistema de software — especialmente no caso da plataforma CUDA, amplamente usada no desenvolvimento de soluções de IA.

Há também um pano de fundo geopolítico. A proibição inicial dos H20 para a China foi revertida após pressão do CEO da NVIDIA, Jensen Huang, que argumentou que manter o mercado chinês usando chips americanos ajudaria os EUA a preservar liderança no setor global de inteligência artificial.

Essa estratégia, segundo autoridades americanas, impediria que receitas fossem direcionadas a empresas como a Huawei, acelerando seu avanço tecnológico.

Ainda assim, com a recomendação do governo chinês para evitar o uso dos H20, a relação comercial entre as duas potências no campo da IA pode se tornar ainda mais instável nos próximos meses.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.