A inteligência artificial (IA) está cada vez mais mostrando do que é capaz – e, para muitos, isso ainda é difícil de acreditar.
Os famosos modelos de linguagem, como o ChatGPT, têm surpreendido não só por responderem perguntas com rapidez, mas também por entenderem o que sentimos.
Sim, você leu certo, a IA está ficando tão afiada que consegue entender emoções humanas até melhor do que a gente mesmo. E agora tem estudo comprovando isso, publicado na Nature.
Uma pesquisa feita por especialistas das Universidades de Genebra e Berna, na Suíça, mostrou que modelos de IA como o ChatGPT-4 não só têm inteligência emocional, como também conseguem se sair melhor que pessoas reais em testes que medem esse tipo de habilidade.
IA que entende emoções, ficção ou realidade?
Muita gente acha que inteligência emocional é uma coisa que só humanos têm – saber como o outro se sente, ter empatia, saber se expressar com sensibilidade. Mas essa ideia está mudando.
Os pesquisadores fizeram uma série de testes com seis dos principais modelos de inteligência artificial do mundo: ChatGPT-4, ChatGPT-o1, Gemini 1.5 Flash, Claude 3.5 Haiku, Copilot 365 e DeepSeek V3.
Esses testes foram os mesmos usados em ambientes acadêmicos e profissionais para avaliar o quanto alguém entende de emoções, como reconhecer sentimentos dos outros, como controlar as próprias emoções e como reagir diante de situações delicadas.
E o resultado, no primeiro momento, foi chocante. os modelos de IA se saíram muito melhor do que os participantes humanos.
Emoções simuladas? Nem tanto...
O mais curioso é que os testes não eram simples ou genéricos. Eram cenários realistas, com situações carregadas de emoção.
Mesmo assim, os modelos de IA mostraram que conseguiam analisar o contexto, entender os sentimentos envolvidos e sugerir respostas mais adequadas do que os próprios humanos. Os pesquisadores também pediram que o ChatGPT-4 criasse novos testes de inteligência emocional do zero.
Os testes foram avaliados por pessoas reais e, mais uma vez, os resultados mostraram que o modelo tinha um alto nível de sensibilidade emocional e entendia bem os contextos propostos. Segundo Marcello Mortillaro, um dos pesquisadores do estudo:
"Esses modelos não apenas conseguem escolher a melhor resposta entre várias opções, mas também conseguem criar cenários novos, adaptados a cada situação. Isso reforça a ideia de que eles têm conhecimento emocional e sabem raciocinar sobre emoções."
O que isso muda na prática?
Essas descobertas são um verdadeiro divisor de águas. Até pouco tempo, habilidades como empatia, compreensão emocional e inteligência interpessoal eram exclusividade de nós, humanos.
Mas agora, com IA mostrando que pode fazer isso melhor, novas oportunidades estão surgindo, principalmente em áreas delicadas como:
- Educação: ajudando professores a lidar melhor com alunos em momentos emocionais difíceis.
- Coaching e desenvolvimento pessoal: auxiliando pessoas a se conhecerem melhor e melhorarem sua vida emocional.
- Gestão de conflitos: oferecendo sugestões mais equilibradas e empáticas para resolver desentendimentos.
Tudo isso pode tornar o uso da IA uma ferramenta poderosa para melhorar a convivência humana, sem substituir ninguém, mas complementando o que temos de melhor com algo ainda mais preciso e imparcial.
Diante disso, não podemos deixar de notar que a tecnologia está avançando tão rápido que até áreas antes consideradas "humanas demais" estão sendo dominadas por máquinas.
Esse estudo não quer dizer que a IA tem sentimentos reais, mas sim que ela consegue entender, analisar e reagir às emoções humanas de forma muito eficiente.
E isso, por si só, já é um grande passo rumo a um futuro onde humanos e máquinas vão trabalhar lado a lado – cada um com seus pontos fortes.