Canadá cancela contrato com a Starlink em resposta a tarifas dos EUA

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O governo de Ontário, no Canadá, anunciou o cancelamento de um contrato avaliado em C$ 100 milhões com a Starlink, empresa de internet via satélite da SpaceX.

O acordo havia sido firmado em novembro do ano passado com o objetivo de levar internet de alta velocidade a cerca de 15.000 residências localizadas em áreas rurais e no norte da província.

Essa decisão surge em meio a uma disputa comercial entre Canadá e Estados Unidos, intensificada após a imposição de tarifas de 25% pelo governo americano sobre produtos canadenses.

Doug Ford, primeiro-ministro de Ontário, declarou publicamente que sua província deixará de fechar contratos com empresas americanas enquanto essas tarifas estiverem em vigor.

Ele afirmou que "Ontário não fará negócios com pessoas empenhadas em prejudicar nossa economia", em uma clara referência a Elon Musk e sua ligação com o governo dos Estados Unidos.

A tarifa estabelecida pelos EUA afeta setores estratégicos, incluindo petróleo, gás e peças automotivas, impactando diretamente a economia canadense.

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Como resposta, o Canadá tem adotado medidas para equilibrar a situação, sendo a rescisão do contrato com a Starlink uma das primeiras ações concretas dentro dessa estratégia.

Autoridades canadenses estudam outras formas de retaliação para evitar danos mais amplos ao setor industrial do país.

Satélites da Starlink
Um lote de satélites Starlink sendo implantados em órbita. Imagem: SpaceX

O contrato com a Starlink fazia parte de um projeto de C$ 4 bilhões da província para ampliar o acesso à internet em regiões com pouca infraestrutura de telecomunicações.

A expectativa era que o serviço começasse a operar em junho, levando conectividade a milhares de pessoas que dependem de soluções alternativas para acesso à rede.

Com a rescisão do contrato, o governo de Ontário precisará buscar novas alternativas para garantir que a população dessas áreas continue no plano de expansão da banda larga.

A Starlink, pertencente à SpaceX, é líder global no fornecimento de internet via satélite, sendo uma das poucas soluções viáveis para locais afastados dos grandes centros urbanos. Porém, a empresa tem tido dificuldades regulatórios em diversos países.

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Nos Estados Unidos, a Comissão Federal de Comunicações (FCC) negou um subsídio de US$ 900 milhões destinado à Starlink, alegando dúvidas sobre a capacidade da companhia de entregar a qualidade de serviço prometida.

A revogação do contrato em Ontário representa um revés para a Starlink, que busca expandir sua presença global como fornecedora de conectividade para comunidades remotas.

A decisão também sinaliza um endurecimento da postura do Canadá diante das políticas comerciais adotadas pelos Estados Unidos, podendo afetar futuras negociações entre empresas canadenses e americanas.

Apesar desse impasse, a necessidade de levar internet de qualidade para regiões afastadas continua sendo um tema prioritário para o governo de Ontário.

A administração provincial precisará reavaliar sua estratégia para garantir que os recursos destinados à conectividade sejam utilizados de maneira eficiente, sem depender de fornecedores que possam estar envolvidos em disputas políticas e econômicas.

A crise comercial entre Canadá e Estados Unidos está só começando, e seus desdobramentos podem influenciar outras decisões do governo canadense.

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Empresas de tecnologia e telecomunicações que operam no país acompanharão de perto as próximas medidas adotadas, já que o setor pode sofrer novos impactos dependendo da evolução do cenário político e econômico entre as duas nações.