A Virtuos, empresa conhecida por trabalhar ao lado de grandes nomes da indústria de games como Konami e Bethesda, confirmou nesta semana uma onda de demissões que afetou quase 280 funcionários em diversas partes do mundo, principalmente na Ásia e Europa.
Isso representa cerca de 7% da força de trabalho da empresa. A notícia já havia sido adiantada pelo jornalista francês Gauthier Andres, que também citou problemas internos dentro da Virtuos.
A empresa, no entanto, não comentou sobre essas questões, preferindo destacar em seu comunicado que está focada em fazer essa transição com "cuidado, transparência e respeito".
Segundo a Virtuos, essas mudanças fazem parte de uma reestruturação para acompanhar o ritmo do mercado de games, que está cada vez mais exigente e complexo.
A ideia, segundo o estúdio, é se adaptar para continuar entregando projetos de alto nível, com foco em áreas como engenharia completa de jogos, arte avançada, produção criativa e serviços ao vivo.
A empresa explicou ainda que a maioria dos cortes aconteceu em equipes que estavam com pouca demanda ou em regiões onde os projetos estavam mais lentos.
Ao todo, foram cerca de 200 cargos na Ásia e outros 70 na Europa. Na França, onde fica a equipe principal que está trabalhando no Oblivion Remastered, menos de 10 pessoas foram desligadas.
Um dos motivos apontados para as demissões em regiões asiáticas seria a necessidade de posicionar melhor as equipes em locais mais próximos dos clientes, facilitando a comunicação e a criação contínua dos projetos — algo essencial no processo de co-desenvolvimento criativo.
Mesmo com a redução no quadro de funcionários, a Virtuos garante que continua comprometida com seus projetos atuais. Isso inclui títulos de peso como Oblivion Remastered, Cyberpunk 2077 e Metal Gear Solid Delta: Snake Eater, que continuam em produção normalmente.
Um ponto curioso revelado por Gauthier Andres é que os líderes da empresa estariam pressionando suas equipes para entregar mais qualidade do que o orçamento dos jogos permite.
No caso do Oblivion Remastered, por exemplo, os desenvolvedores estariam sendo incentivados a trabalhar ainda mais, mesmo sem receber parte das vendas do jogo.
A intenção seria usar o projeto como uma vitrine para mostrar o talento da empresa e, assim, conquistar novos contratos. Mas essa estratégia tem um risco alto.
Exigir demais dos profissionais pode acabar levando à exaustão, o famoso "burnout", e afastar exatamente os talentos que a empresa quer valorizar.