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The Crew é desligado e jogadores processam Ubisoft por "enganar" consumidores

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Quando você compra um jogo, ele é seu de verdade? Pra muita gente, a resposta é sim, claro. Mas o caso do game The Crew tá mostrando que não é bem assim, não.

Dois jogadores lá da Califórnia resolveram entrar na justiça contra a Ubisoft depois que a empresa desligou de vez os servidores do jogo em março de 2024. E aí começa uma treta que tá dando o que falar.

Esses dois jogadores alegaram que foram enganados. Eles compararam a situação com comprar uma máquina de pinball, aí anos depois a empresa aparece na sua casa e arranca todas as peças dela.

Fica só a carcaça. Um deles ainda tinha comprado a versão física do jogo – aquele bom e velho disco –, que virou só um enfeite depois que o modo online foi desativado.

O problema é que The Crew não tinha modo offline, então sem servidor, sem jogo. Simples assim. Eles disseram que a Ubisoft fez parecer que eles estavam comprando o jogo, mas na real só tavam alugando uma licença pra jogar.

Você paga, mas não leva. O jogo depende de servidores, e quando a empresa decide desligar tudo, você fica a ver navios.

A coisa ficou tão feia que muita gente começou a reclamar, e aí a Ubisoft correu pra acalmar os ânimos. Eles liberaram uma atualização pro The Crew 2 e pro The Crew Motorfest, permitindo que esses jogos funcionem offline.

Mas o primeiro The Crew, aquele que deu início a toda essa confusão, ficou de fora. Foi desligado de vez e nunca mais.

Agora, em resposta ao processo, a Ubisoft foi direta: quem comprou The Crew deveria saber desde o início que não tava comprando o jogo pra sempre.

Segundo eles, o que as pessoas estavam adquirindo era uma licença temporária pra jogar – e não a propriedade do jogo em si. No papel, a empresa até avisava disso, mas a maioria das pessoas nem lê esses termos técnicos, né?

A empresa ainda disse que os jogadores aproveitaram bastante o game ao longo dos anos, já que ele ficou disponível por quase uma década antes de ser encerrado.

Pra Ubisoft, não faz sentido alguém reclamar agora dizendo que foi enganado, só porque o jogo foi retirado do ar e não ganhou uma versão offline.

Só que os jogadores que abriram o processo não aceitaram essa resposta calados. Eles ajustaram os argumentos e rebateram, dizendo que nunca foram avisados de que o jogo seria desligado. Ou seja, na visão deles, pagaram por algo achando que ia durar, e de repente perderam tudo.

Um detalhe interessante é que, no final de 2023, a loja Steam – onde muita gente compra jogos digitais – começou a deixar mais claro pros usuários que o que estão comprando ali é só uma licença de uso.

Ou seja, mesmo que o jogo esteja na sua biblioteca, ele não é seu de verdade. Se a empresa quiser tirar do ar, ela pode.

Essa foi a primeira vez que uma loja desse porte falou abertamente sobre isso, o que só reforça como esse assunto ainda é mal compreendido por quem joga.

Essa história levanta uma questão importante pra galera que curte videogame: será que vale a pena investir num jogo que depende 100% de servidor?

E será que as empresas não deveriam ser mais transparentes desde o começo, explicando que o jogo pode simplesmente parar de funcionar um dia?

Enquanto isso, o caso na justiça continua. E o que rolar nesse processo pode mexer com toda a indústria de jogos.

Afinal, tem muita gente que ainda acredita que, ao comprar um jogo, tá levando ele pra sempre. Mas do jeito que as coisas estão, parece que a verdade é outra.