Roblox é processado nos EUA por falhas graves na proteção de crianças

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A Procuradora-Geral do estado da Louisiana, Liz Murrill, anunciou uma ação judicial contra a Roblox Corporation, responsável pela popular plataforma online Roblox.

Segundo Murrill, o jogo não adota protocolos eficazes de segurança, o que cria um ambiente propício para a atuação de abusadores sexuais.

A preocupação é ainda maior porque a maior parte do público do Roblox é composta por crianças. Em trechos do processo, o tom é direto:

"Por anos, a empresa permitiu e facilitou, de forma consciente, a exploração e o abuso sexual sistemático de crianças nos Estados Unidos, inclusive na Louisiana. Com práticas enganosas e falhas deliberadas em aplicar medidas de proteção, a companhia manteve um ambiente online em que predadores sexuais encontram espaço para agir, resultando em danos graves e duradouros às crianças."

O processo está sendo movido em nível estadual, mas o problema é global. Desde seu lançamento em 2006, o Roblox se consolidou como uma das maiores plataformas de conteúdo gerado por usuários (UGC).

Apenas em fevereiro de 2025, foram registrados mais de 85 milhões de jogadores ativos por dia. A própria empresa afirma que metade das crianças americanas com menos de 16 anos joga Roblox pelo menos uma vez por mês.

Por conta dos riscos de exploração infantil, a plataforma já foi proibida em países como China, Jordânia, Coreia do Norte, Omã, Catar e Turquia.

Pouco depois da proibição na Turquia, a Roblox anunciou mudanças. Agora, jogadores com menos de 13 anos precisam de autorização dos pais para acessar certos recursos de chat.

Já crianças abaixo dos 9 anos só podem entrar em experiências com classificação de conteúdo "Moderada" mediante consentimento dos responsáveis. Apesar dessas medidas, a Procuradora-Geral da Louisiana argumenta que as mudanças são insuficientes.

A situação se complica ainda mais com uma decisão recente da própria empresa: a remoção dos chamados "vigilantes", usuários que ajudavam a fiscalizar a comunidade contra abusos e comportamentos de risco.

Para a Roblox Corporation, esses jogadores estariam criando um ambiente inseguro, mas a decisão acabou gerando polêmica, justamente por acontecer em meio a questionamentos sobre a falta de proteção para menores.

O caso chama atenção porque levanta um debate de como equilibrar a liberdade criativa e a segurança em plataformas que atraem milhões de crianças no mundo todo.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.