Queda nas ações da AMD: mercado questiona força da empresa competir com a NVIDIA

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Nas últimas semanas, o mercado financeiro tem acompanhado de perto a trajetória da AMD após as previsões da Wolfe Research sobre as dificuldades da empresa em manter uma posição forte no segmento de inteligência artificial (IA).

Essa percepção ganhou ainda mais força após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024, quando a empresa superou as expectativas de faturamento, mas apresentou desempenho abaixo do esperado no setor de data centers voltados para IA.

A AMD reportou uma receita de US$ 7,66 bilhões no quarto trimestre de 2024, superando a previsão de consenso de US$ 7,53 bilhões (via @wallstengine).

Porém, enquanto o segmento de computação para clientes registrou crescimento sólido, a área de data centers — essencial para sua estratégia em IA — ficou abaixo das expectativas.

Essa fraqueza levou a uma recepção morna do mercado, refletindo dúvidas sobre a capacidade da empresa de competir com a NVIDIA e explorar novas oportunidades no setor de chips personalizados para IA.

O Bank of America (BofA) revisou suas projeções para a AMD, reduzindo sua estimativa de receita com GPUs de IA em 2025 para US$ 7,5 bilhões — um corte de aproximadamente US$ 500 milhões em relação às previsões anteriores.

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O analista Vivek Arya observou que a empresa não forneceu projeções específicas para esse segmento, apenas mencionando que espera uma estabilidade na primeira metade do ano e um crescimento mais expressivo no segundo semestre, impulsionado pelo lançamento da nova linha MI350.

Diante desse cenário, o BofA reduziu sua meta de preço das ações da AMD de US$ 155 para US$ 135, ressaltando que:

"A AMD (ainda) não conseguiu articular como pode conquistar um nicho importante em relação ao domínio da NVDA e à crescente importância do chip ASIC personalizado no silício de IA, com qualquer surpresa positiva dependendo em grande parte dos ganhos de participação contra a INTC em mercados mais maduros."

Nem todos os analistas compartilham a mesma visão pessimista

John Vinh, da KeyBanc, acredita que a AMD tem potencial para aumentar sua participação no mercado de GPUs para IA e, por isso, manteve sua recomendação de "overweight" para as ações da empresa. Segundo ele:

"As receitas de GPUs de Data Center excederam US$ 5 bilhões em 2024, mas a AMD não forneceu orientação explícita para 2025, [em vez disso, apenas] indicando que o Data Center, incluindo GPUs, cresceria fortes dois dígitos este ano. Além disso, com a rampa do MI355 esperada no meio do ano, o crescimento do Data Center deve ser ponderado no segundo semestre, já que as receitas de Data Center do primeiro semestre de 2025 devem ser iguais às do segundo semestre de 2024."

Enquanto isso, o Barclays segue otimista, reiterando sua recomendação de "overweight" e estabelecendo uma meta de preço de US$ 140 para as ações.

O analista Tom O'Malley reconheceu que o crescimento do MI300 ficou abaixo do segmento de CPUs para servidores no último trimestre de 2024, mas apontou que a AMD ainda pode apresentar um crescimento anual de aproximadamente 30% nas receitas.

Ele defendeu sua posição apontando a confiança da empresa em sair do ano de 2025 em uma posição superior à do ano anterior.

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Além disso, O'Malley citou pontos positivos para a empresa, mencionando avanços na transição de produtos de IA e o lançamento do MI350 (CDNA 4) em meados de 2025, seguido por uma nova arquitetura de computação (CDNA a seguir) e o MI400 alguns trimestres depois.

Dessa forma, o Barclays enxerga a recente desvalorização das ações da AMD como uma oportunidade de compra, confiando no histórico da administração em cumprir suas projeções.