Quem acompanha o mundo dos celulares sabe que os chips são o coração de qualquer smartphone moderno. Eles são os responsáveis por deixar o aparelho mais rápido, mais eficiente e com melhor desempenho nos jogos, nas câmeras e até na economia de bateria.
E um dos nomes mais fortes nesse mercado é a Qualcomm, criadora da famosa linha Snapdragon. Agora, uma nova informação revela que a Qualcomm teria desistido de usar a fábrica da Samsung para produzir o seu novo chip top de linha, o Snapdragon 8 Elite Gen 2.
Em vez disso, ela vai confiar totalmente na TSMC, uma empresa de Taiwan que já é referência mundial quando o assunto é fabricação de chips de alta performance.
A princípio, a Qualcomm estava preparando duas versões do seu novo chip. Uma seria feita na tecnologia avançada da Samsung, com um processo chamado 2nm GAA (um tipo de fabricação mais moderna e eficiente).
Essa versão tinha o nome interno de "Kaanapali S". A outra seria feita pela TSMC, que também estava trabalhando com processos de altíssima tecnologia, com a chamada litografia de 3 nanômetros (N3P).
Mas, segundo rumores compartilhados pelo perfil confiável @Jukanlosreve no X (antigo Twitter), a Qualcomm aparentemente mudou de ideia.
Ela não só teria desistido da versão feita pela Samsung, como também apagou os códigos internos que identificavam os dois modelos: o 8850-S (da Samsung) e o 8850-T (da TSMC).
Com isso, só restou um modelo: o SM8850, que será produzido exclusivamente pela TSMC. Para quem não é muito ligado nesses detalhes técnicos, essa mudança pode parecer pequena.
Mas, na verdade, ela mostra que a Qualcomm não está mais apostando na capacidade da Samsung de fabricar chips tão avançados. Um dos motivos pode estar na baixa eficiência da fábrica da Samsung, principalmente na hora de produzir em larga escala.
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Durante os testes com o chip Exynos 2600 (também feito em 2nm), a Samsung estava conseguindo fabricar com apenas 50% de rendimento, ou seja, metade dos chips saía com defeito.
Para ser viável financeiramente, esse número precisava estar pelo menos em 70%, e talvez a Qualcomm tenha percebido que isso não seria alcançado a tempo.
Se insistisse nessa parceria, a Qualcomm teria que lidar com um número maior de chips com problema, o que encareceria o produto final. E ninguém quer pagar caro por algo que não entrega o desempenho prometido, né?
Agora, com a Qualcomm apostando tudo na TSMC, a produção do Snapdragon 8 Elite Gen 2 vai ser feita na tecnologia mais moderna da empresa, conhecida como N3P — uma evolução do processo de 3 nanômetros.
Essa exclusividade também significa que celulares top de linha, como os futuros Galaxy S26 da própria Samsung, devem vir com essa versão da TSMC, mesmo que a Samsung tivesse planos de usar chips fabricados por ela mesma.
Com apenas um modelo sendo produzido, o chamado QRD8850 (que é a versão de testes do chip), o custo para as fabricantes testarem seus aparelhos também aumentou.
Estima-se que esse chip esteja custando cerca de US$ 15.000 — um valor alto que pode acabar influenciando o preço final dos celulares para o consumidor.
Isso pode tornar a próxima geração de smartphones topo de linha ainda mais cara, principalmente os modelos premium de marcas como Samsung, Xiaomi, Motorola, OnePlus, entre outras.
Mas nada impede que no futuro a Samsung volte a entrar nessa disputa. Se ela conseguir resolver os problemas de rendimento e provar que consegue fabricar chips com qualidade e em grande quantidade, a Qualcomm pode até reavaliar essa decisão.
Por enquanto, no entanto, a TSMC segue como fornecedora exclusiva, com todo o controle sobre a fabricação do chip mais poderoso da Qualcomm até o momento.