OCDE solicita garantia de independência do Órgão de Proteção de Dados no Brasil

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A OCDE pede alterações na lei que vincula o órgão de proteção de dados á presidência da república. A ANPD irá se responsabilizar pelas edições das normas e fiscalizações do cumprimento da lei de proteção de dados, que está em vigor desde o mês de setembro deste ano.

Nesta segunda-feira (26) a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), propôs ao Brasil que garanta a independência da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão atualmente ligado à presidência da república.

Essa recomendação foi realizada diante um relatório, após avaliação da transformação digital e os setores de telecomunicação e radiodifusão no Brasil.

Compareceram a cerimônia de apresentação do documento os ministros:

  • Comunicações: Fábio Faria;
  • Relações Exteriores: Ernesto Araújo;
  • Ciência, Tecnologia e Inovações: Marcos Pontes;
  • Casa Civil: Braga Netto.

O secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, também compareceu a cerimônia. O ingresso na OCDE é uma das prioridades do governo brasileiro.

A ANPD está à frente na fiscalização e edição das normas previstas na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que deste então passou a vigorar em nova legislação, definindo uma série de regras para pessoas ou empresas que armazenam e utilizam dados pessoais que possam identificar pessoas, como: nome, CPF, número de telefone, entre outros.

Vínculo com a Presidência

Sob novas definições, a OCDE aconselhou o governo federal reavaliar e considerar fazer mudanças para assegurar que o órgão mantenha suas operações com total independência a partir da data de seu estabelecimento nas condições que estabelecem a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), no Artigo 55-A da Lei 13.709.

O trecho citado pela OCDE no relatório declara que a ANPD é um "órgão da administração pública federal, suplementar da Presidência da República".

Onde "A confiança deve ser base necessária para que haja a transformação digital. A LGPD é de um grande importante passo adiante. É essencial na garantia que a Autoridade Nacional da Proteção de Dados opere com total independência e clareza, e que, as nomeações que serão realizadas para o conselho de administração sejam transparentes, baseadas em conhecimento técnicos", afirmou Gurria na cerimônia de divulgação do estudo.

Conforme a própria organização, a recomendação trata diretamente do aumento da confiança dos brasileiros no ambiente digital. A OCDE sugeriu ainda em texto, que se garanta orçamento "adequado e previsível" para a ANPD por meios de processos transparentes entre outros pontos.

Militares na ANPD

Outra recomendação da organização referente à ANPD é a respeito do processo interno de escolha da diretoria.

A OCDE sugeriu aos interessados que as regras definidas para a nomeação do Conselho de Administração da ANPD e do Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais "sejam também transparentes, justas e baseadas em conhecimentos técnicos", requisitos estes já citados anteriormente.

Na semana passada, foi aprovado pelo Senado os nomes dos cinco indicados pelo presidente Jair Bolsonaro para compor a primeira diretoria da ANPD. Três dos indicados são militares.

O mandato do diretor-presidente será de seis anos. Os outros quatro diretores os mandatos decorreram em cinco, quatro, três e dois anos. Ao terminar esta primeira composição do Conselho Diretor, os mandatos dos cinco cargos terão duração fixa de quatro anos.

A cerimônia

No decorrer da cerimônia de apresentação dos estudos, os ministros presentes ressaltaram a adesão do Brasil a 96 instrumentos da organização e aproveitaram para enaltecer a importância dos pedidos de aceitação do país no grupo.

O ministro Ernesto Araújo afirmou o compromisso com a adesão aos parâmetros da OCDE, ressaltando que ficou claro o empenho da OCDE para orientar e operar sua política e capacidade de contribuir para os propósitos e metas centrais da organização.

Já o chefe da casa Civil, Braga Netto, destacou a ascensão do Brasil à organização, como sendo, um dos objetivos estratégicos do governo.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.