NVIDIA planeja uma grande mudança em seu modelo de negócios de IA, diz relatório

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A NVIDIA está mudando a forma como trabalha com servidores para IA e quer assumir uma parte muito maior desse processo.

Em vez de só entregar alguns componentes, a empresa quer cuidar de quase tudo no que envolve os racks de IA, deixando seus parceiros com uma função mais focada na montagem.

Hoje, grande parte da produção dos racks de IA depende de empresas de Taiwan, como Foxconn, Quanta e Wistron. Elas cuidam de grande parte da fabricação, enquanto a NVIDIA envia peças como GPUs de IA e placas usadas em configurações de servidores, como o modelo Bianca Port UPB.

Só que durante a apresentação de resultados da Wistron no terceiro trimestre — em uma fala citada pelo analista Ray Wang — um analista do JPMorgan comentou que a NVIDIA está caminhando para fornecer sistemas completos diretamente aos parceiros.

Antes, a NVIDIA concentrava os itens mais importantes, como GPUs e placas, e deixava o restante da estrutura para empresas como Foxconn e Quanta montarem do jeito delas.

Essa lógica funcionava enquanto os racks eram menores e menos complexos. Agora, com o tamanho e as demandas crescendo muito, a empresa quer mudar essa dinâmica.

Segundo o analista, a NVIDIA vai passar a enviar sistemas de nível 10 já definidos, com o objetivo de padronizar os racks e reduzir bastante o tempo que leva para colocar tudo no mercado.

Mais rapidez e um modelo de produção mais fechado

Hoje, dá para entender que a NVIDIA pretende entregar uma espécie de "manual completo" para empresas como Foxconn e Quanta seguirem na fabricação dos sistemas.

Assim, essas empresas não vão mais criar seus próprios layouts de rack. Essa ideia não surgiu do nada. Quando a NVIDIA lançou a arquitetura MGX, ela já deu sinais de que seguiria nessa direção.

A MGX define toda a parte física e elétrica do servidor, indo de uma única unidade até racks completos que funcionam como "fábricas de IA".

Com esse novo formato, a NVIDIA diz que o tempo de instalação cai de 9 a 12 meses para cerca de 90 dias, porque cerca de 80% do sistema já chega pronto e aprovado pela própria empresa.

Isso faz com que arquiteturas novas — como as racks Rubin e Rubin CPX — cheguem aos clientes muito mais rápido. Além disso, a empresa passa a ganhar mais, já que vende o sistema inteiro, e ainda amplia o alcance dos seus produtos no mercado.

A Wistron comentou que essa mudança também traz pontos positivos para quem monta os servidores. Como a própria Wistron colocou:

"Independente de ser a NVIDIA ou qualquer outro cliente, e independente de quem seja o cliente final, o trabalho continua sendo feito pela Wistron. Então, para a Wistron, esse modelo não gera grande mudança. Na verdade, vejo isso como algo positivo."

Mudança ainda não confirmada oficialmente

Com esse movimento, a NVIDIA deixa de atuar só como uma empresa que vende chips de IA e passa a controlar quase toda a estrutura relacionada aos servidores usados para treinar e rodar modelos de IA.

Isso pode acelerar muito a chegada dessas tecnologias ao mercado. Mas a NVIDIA ainda não confirmou oficialmente essa mudança.

Por enquanto, tudo indica que o assunto está sendo discutido apenas internamente com os fornecedores. Então, resta esperar para ver como isso vai evoluir.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.