Netflix fecha estúdio de jogos AAA e demite funcionários de alto perfil

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A entrada da Netflix no universo dos jogos começa a mostrar os primeiros sinais de dificuldade. A empresa fechou um de seus estúdios, o que marca o primeiro encerramento em três anos desde que a gigante do streaming decidiu investir em games.

A informação foi divulgada primeiro pelo Game File e confirmada pela própria Netflix. O estúdio fechado, chamado Blue, foi inaugurado em 2022 com grandes expectativas.

Na época, a empresa trouxe o ex-produtor executivo de Overwatch, Chacko Sonny, para liderar a equipe e contratou veteranos da indústria que já haviam trabalhado em franquias de peso, como Halo e God of War.

O objetivo do Blue era desenvolver um jogo AAA multiplataforma baseado em um IP original, mas o projeto foi interrompido antes mesmo de ser anunciado oficialmente ou lançado.

A trajetória da Netflix nos games

Desde que iniciou sua entranda no mundo dos jogos em 2021, a Netflix vem lançando uma série de títulos para a plataforma.

No começo, as opções se restringiam a jogos hipercasuais voltados para dispositivos móveis, mas o portfólio cresceu, incorporando versões exclusivas para mobile de jogos famosos como Grand Theft Auto e Hades, além de lançamentos próprios, como Cozy Grove: Camp Spirit e Oxenfree II: Lost Signals.

Para fortalecer ainda mais sua divisão de games, a Netflix adquiriu e criou diversos estúdios ao longo dos últimos anos.

Algumas dessas adições inclui um estúdio voltado para jogos móveis em Helsinque, um novo centro de desenvolvimento no sul da Califórnia, e a Spry Fox, desenvolvedora de Cozy Grove.

Porém, o encerramento do Blue sugere que a estratégia de expansão de seus negócios na indústria de jogos pode estar mudando, assim como os planos ambiciosos para jogos AAA.

Mudanças e reestruturação

O fechamento do estúdio Blue não foi apenas um corte de custos, mas também reflete uma mudança na abordagem da Netflix em relação aos jogos de grande orçamento.

Ao longo do tempo, a empresa tentou se posicionar no mercado de games de forma estratégica, expandindo aos poucos e testando o que funcionava melhor com seus assinantes.

Contudo, o desenvolvimento de títulos AAA sempre foi o maior desafio da empresa, tanto em termos de orçamento quanto de tempo de desenvolvimento.

Outro ponto que chamou a atenção foi as demissões de alto perfil associadas ao fechamento do Blue, que levantaram dúvidas sobre o futuro do segmento de jogos da Netflix.

Será que a empresa continuará investindo em projetos de grande escala, ou redirecionará o foco para títulos menores e mais acessíveis, que trazem um retorno mais rápido e exigem menos investimento?

O que vem por aí?

Mesmo com as dificuldades, a Netflix não parece estar abandonando o setor de jogos por completo. Recentemente, houve movimentações interessantes, como a contratação de um ex-executivo da Epic Games para liderar a divisão de games.

Essa contratação sugere que a empresa ainda está em busca de talentos para fortalecer suas operações, possivelmente reestruturando o formato e o escopo de seus projetos.

Resta saber se o futuro da Netflix nos games passará por uma abordagem mais conservadora ou se novas aquisições e projetos grandiosos voltarão a ser considerados.

A empresa já demonstrou que sabe se adaptar e reinventar seu modelo de negócios, então é provável que ajustes estratégicos sejam feitos para encontrar o equilíbrio ideal entre inovação e viabilidade financeira.