Nos últimos dias, a indústria dos videogames foi sacudida com a notícia de que a Microsoft começou uma nova leva de demissões em massa, afetando fortemente a área de games da empresa, que inclui o Xbox e estúdios famosos como o da série Candy Crush.
Segundo informações divulgadas por sites como Bloomberg e The Verge, essa nova onda de cortes pode afetar até 9 mil pessoas em diferentes áreas da Microsoft, sendo cerca de 2 mil só na divisão de jogos, o que representa aproximadamente 10% dos funcionários desse setor.
O mais intrigante é que isso acontece mesmo com os números da empresa mostrando crescimento. Recentemente, um memorando interno (uma espécie de comunicado enviado aos funcionários) do chefão da divisão de jogos da Microsoft, Phil Spencer, foi vazado e publicado online.
Nele, Spencer afirma que as demissões são parte de uma "estratégia de longo prazo" para garantir o crescimento e o sucesso da empresa nos próximos anos. Nas palavras dele:
"Estamos tomando decisões difíceis agora para continuar crescendo no futuro. Temos mais jogadores, jogos e horas jogadas do que nunca, mas precisamos focar nas oportunidades mais promissoras."
Ou seja, mesmo com os resultados positivos, a Microsoft está apostando numa "reorganização interna" para cortar custos e manter o ritmo de crescimento. Isso inclui priorizar alguns projetos e abandonar outros — e aí muita gente acaba ficando sem emprego.
Quem já foi afetado?
A primeira leva de demissões já atingiu cerca de 200 pessoas no estúdio King, com sede em Estocolmo, responsável pelo famoso jogo de celular Candy Crush. Mas essa é só a ponta do iceberg. Outros cortes já atingiram ou vão atingir nos próximos dias:
- Funcionários da ZeniMax, empresa por trás de títulos como Doom e The Elder Scrolls, com escritórios espalhados pela Europa.
- Equipes nos Estados Unidos, que estão sendo informadas gradualmente.
- Desenvolvedores da Activision Blizzard, empresa que a Microsoft comprou por mais de 68 bilhões de dólares em 2023.
- Estúdios como Tango Gameworks e Arkane Austin, que foram fechados mesmo após lançarem jogos premiados, como Hi-Fi Rush.
Além disso, segundo rumores, o jogo Everwild, da desenvolvedora Rare (a mesma criadora do clássico Banjo-Kazooie), foi cancelado após quase 10 anos em desenvolvimento. Um golpe duro para a equipe que investiu tanto tempo no projeto.
Essas demissões revelam que nem sempre o sucesso de um jogo ou empresa garante segurança para os funcionários. Mesmo com lucros e jogos premiados, as empresas podem optar por cortes para se manter "eficientes". Phil Spencer reconheceu isso, dizendo:
"A força que temos hoje vem do trabalho duro e da criatividade das pessoas que estão sendo impactadas agora. Isso não é reflexo da falta de talento, mas de escolhas estratégicas."
Apesar disso, a sensação de injustiça é inevitável. É como ver um time campeão ser desmontado logo após levantar a taça. Mas essa não é a primeira vez que a Microsoft corta empregos em massa.
Nos últimos 18 meses, essa já é a quarta grande rodada de demissões. Em janeiro de 2024, por exemplo, cerca de 1.900 pessoas perderam seus empregos logo depois da aquisição da Activision Blizzard King.
Também foram fechados quatro estúdios da ZeniMax logo depois, e mais 400 desenvolvedores foram desligados da Activision na Califórnia meses depois.
Com essa nova rodada, o medo se espalha entre os funcionários, ninguém sabe qual será o próximo estúdio a fechar ou o próximo time a ser reduzido.