Jogadores passam mais tempo assistindo vídeos do que jogando, diz pesquisa

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Você sabia que os gamers têm passado mais tempo assistindo vídeos de jogos do que jogando? De acordo com uma pesquisa da MIDiA Research, essa tendência está mudando a forma como consumimos entretenimento digital.

Plataformas como Twitch e YouTube se tornaram uma extensão natural do universo gamer, sendo um ponto de encontro para assistir a partidas, explorar novas estratégias ou, simplesmente, se divertir com os streamers.

O estudo revela que em média os jogadores gastam 8,5 horas por semana assistindo a vídeos de jogos, enquanto dedicam 7,4 horas jogando.

Essa mudança de comportamento não é apenas curiosa, mas abre portas para um mercado praticamente inexplorado dentro dos próprios jogos.

Gráfico MIDiA Research

Segundo o relatório, os desenvolvedores e editores poderiam investir em conteúdos de vídeo integrados diretamente nos jogos, criando um ecossistema próprio e reduzindo a dependência de plataformas de terceiros.

Por que os vídeos de jogos estão tão populares?

O apelo dos vídeos de jogos vai além do entretenimento puro e simples. Eles possuem algo que os jogos, por si só, nem sempre conseguem transmitir aos jogadores, que é uma experiência compartilhada.

Seja acompanhando streamers habilidosos ou se divertindo com desafios como speedruns, os espectadores encontram um senso de comunidade que muitas vezes falta ao jogar sozinho.

Além disso, os vídeos acabam sendo uma forma prática de ver o que os jogos tem a oferecer sem necessariamente comprá-los.

Em tempos de crise econômica, quando os jogadores precisam escolher bem onde investir seu dinheiro, assistir vídeos aparentemente é uma alternativa interessante para uma boa parte do público.

E não é só quem joga casualmente que se envolve com esse tipo de conteúdo. O relatório também aponta que 48% dos compradores de jogos assistem a vídeos relacionados ao menos uma vez por mês.

E o mais interessante é que aqueles que consomem esse tipo de conteúdo frequentemente são também os que gastam mais em jogos, principalmente em microtransações.

Oportunidade para os desenvolvedores e empresas

Com tanto engajamento em torno de vídeos de jogos, é natural que isso abra novas oportunidades para desenvolvedores e empresas de jogos, que podem aproveitar essa tendência.

Rhys Elliott, analista de jogos da MIDiA Research, aponta que é hora de pensar no vídeo in-game como algo além de uma ferramenta de marketing.

"Os editores podem explorar o engajamento com vídeos para desbloquear novos fluxos de receita, como publicidade e até vendas internas no jogo", explica Elliott.

Integrar vídeos diretamente nos jogos pode parecer difícil, mas há áreas em que isso já faz sentido. Jogos de eSports, por exemplo, poderiam incluir transmissões ao vivo de torneios ou até mesmo highlights de partidas épicas.

Jogos de luta ou títulos com grande potencial competitivo também poderiam usar vídeos como uma forma de engajar a comunidade e criar uma nova camada de interação.

Essa integração não só aumentaria o envolvimento do jogador como pode gerar renda direta para os desenvolvedores com uma audiência maior e mais engajada.

Ao invés de depender exclusivamente de plataformas externas como Twitch ou YouTube, as empresas teriam controle sobre o conteúdo e a monetização, criando um círculo virtuoso dentro de seus próprios ecossistemas.

A integração de vídeos em jogos poderia mudar a indústria dos jogos

A indústria dos jogos está passando por um momento complicado, com crescimento estagnado em muitos mercados e uma concorrência acirrada entre gêneros e plataformas.

Em regiões afetadas por crises econômicas, a situação é ainda mais desafiadora. Muitas pessoas não têm condições de comprar vários jogos e acabam priorizando apenas um título.

Isso aumenta a importância de disponibilizar experiências adicionais que mantenham os jogadores engajados, mesmo quando não estão jogando ativamente.

Além disso, os desenvolvedores trabalham há muito tempo em novas formas de gerar receita em um cenário onde a venda de jogos isoladamente já não é suficiente.

A integração de vídeos diretamente nos títulos pode ser a solução para expandir os horizontes e garantir um novo fôlego para a indústria.

Apesar disso parecer uma ótima oportunidade, ainda há um longo caminho a percorrer, mas o potencial para transformar vídeos de jogos em uma parte central da experiência gamer é enorme.

Não se trata apenas de inserir vídeos como um complemento, mas de repensar como eles podem se tornar um elemento essencial do jogo.

Imagine, por exemplo, um RPG onde os jogadores podem assistir a tutoriais diretamente no menu do jogo, ou um FPS com transmissões ao vivo de campeonatos disponíveis no lobby principal.

Essas ideias não estão tão distantes assim e podem representar uma evolução natural para o mercado. E você o que acha dessa ideia?