O iPhone 15, o mais recente lançamento da Apple, chegou ao mercado há cerca de seis meses e teve uma ótima aceitação nos Estados Unidos.
Porém, na China, o cenário é bem diferente: o smartphone da maçã enfrenta uma forte concorrência e uma baixa demanda dos consumidores.
Para tentar reverter essa situação, os revendedores chineses estão recorrendo a descontos expressivos nos modelos do iPhone 15, que podem chegar a US$ 180, segundo a Bloomberg.
A estratégia dos revendedores, que não é oficial da Apple, visa estimular as vendas do iPhone 15 na China, onde o aparelho tem perdido espaço para os concorrentes Android.
Entre os motivos que explicam o fraco desempenho do iPhone 15 no país asiático, estão a falta de inovação no design, que se mantém praticamente o mesmo há anos, e a ausência de recursos de inteligência artificial (IA) avançados, que são cada vez mais valorizados pelos usuários.
Enquanto isso, marcas como Samsung, Oppo e Huawei se destacam com seus smartphones dobráveis, potentes e com tecnologia de IA generativa.
O Tmall, plataforma de e-commerce do Alibaba, é um dos exemplos de revendedores que estão oferecendo grandes descontos nos smartphones topo de linha, incluindo o iPhone 15.
No entanto, o valor do desconto é menor do que o que a Apple concedeu no mesmo período do ano passado, quando reduziu os preços do iPhone 14 em até US$ 120.
A Apple também fez uma promoção em seu site oficial durante o feriado do Ano Novo Lunar, em fevereiro, mas depois voltou aos preços normais.
Ainda assim, os consumidores podem encontrar ofertas mais vantajosas em sites de terceiros. Os descontos praticados pelos revendedores terceirizados indicam que o iPhone 15 não está tendo uma boa saída na China.
A procura pelo dispositivo é menor do que a do ano passado, quando o iPhone 14 teve uma forte demanda. As vendas da Apple na China caíram 13% no último trimestre, totalizando US$ 20,8 bilhões.
Os analistas haviam previsto que a demanda pelo iPhone 15 chegaria a US$ 23 bilhões. Além da falta de inovação, outro fator que pesa contra o iPhone 15 na China é o atraso da Apple no campo da IA.
A empresa está trabalhando em uma série de recursos de IA generativa para o iPhone, que poderão ser lançados com o iOS 18.
Esses recursos permitem que o smartphone crie novos conteúdos e ideias, como conversas, histórias, imagens, vídeos e músicas, a partir de modelos de aprendizado profundo treinados com grandes conjuntos de dados.
Empresas como a Samsung já incorporaram a tecnologia de IA generativa em sua mais recente série Galaxy S24, e resta saber como os consumidores chineses reagirão à versão da Apple.
A tecnologia de IA generativa da Apple poderá estar disponível também para modelos de iPhone mais antigos, o que significa que os consumidores poderão comprar iPhones mais baratos na China ainda este ano, além do iPhone 16, e ter acesso aos recursos de IA mais modernos.
No entanto, não se sabe se a Apple irá incluir os recursos de IA de ponta para os modelos mais antigos. De qualquer forma, a expectativa é que a demanda pelo iPhone 16 aumente no futuro.