Google pretende construir um computador quântico até 2029

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O Google revelou que quer construir um "computador quântico útil com correção de erros" até o final da década.

A empresa espera que a tecnologia ajude a alimentar o mundo e resolver problemas relacionados as mudanças climáticas para desenvolver medicamentos melhores.

Para desenvolver a tecnologia, o Google gastará bilhões de dólares com laboratórios de pesquisa de hardware e instalações de fabricação de chips processadores quânticos.

Novo campus Quantum AI do Google. (Reprodução: Google)

O anúncio foi feito ontem (18) durante o Google I/O, após um ano e meio que o Google havia alcançado a supremacia quântica, um marco em que um computador quântico realizou um cálculo que seria impossível em um computador clássico tradicional.

Na época, o computador quântico do Google havia realizado um cálculo em 200 segundos que levaria 10.000 anos ou mais em um supercomputador tradicional.

No entanto, os concorrentes da gigante das buscas duvidam do progresso alegado pelo Google. Em vez de levar 10.000 anos, a IBM argumentou na época que um supercomputador tradicional poderia executar a tarefa em 2,5 dias ou menos.

De acordo com o Google, o pode de processamento de um computador quântico pode ser útil para simular moléculas com alta precisão.

Isso pode nos ajudar a projetar baterias melhores, criando fertilizantes mais eficientes em carbono ou desenvolver medicamentos mais direcionados.

Um computador quântico poderia executar simulações antes mesmo que uma empresa investisse na construção de protótipos do mundo real. O Google também espera que a computação quântica traga grandes benefícios para o desenvolvimento de IA.

Apesar de alegar ter atingido o marco da supremacia quântica, o Google ainda tem um longo caminho a percorrer antes que esses computadores possam ser utilizados.

Enquanto os computadores quânticos atuais são compostos por menos de 100 qubits, o Google tem como alvo máquinas construídas com 1.000.000. Chegar lá será um processo longo de vários estágios.

Uma das preocupações do Google é reduzir os erros que os qubits cometem, para que possa pensar em construir 1.000 qubits físicos juntos em um único qubit lógico.

Um dos criostatos do Google, que mantém um computador quântico frio o suficiente para reduzir erros. (Reprodução: Google)

Isso estabelecerá as bases para o "transistor quântico", um bloco de construção dos futuros computadores quânticos. Apesar dos desafios futuros, o Google se mostrou bastante otimista.

"Estamos neste ponto de inflexão", disse o cientista responsável pelo programa Quantum AI do Google, Hartmut Neven, ao Wall Street Journal

"Agora temos em mãos os componentes importantes que nos deixam confiantes. Sabemos como executar o roteiro." Eventualmente, o Google planeja oferecer serviços de computação quântica na nuvem.

Via: Google Blog