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Entregas da Tesla no segundo trimestre de 2025 não são tão ruins quanto se temia

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Nos últimos dias, muita coisa aconteceu dentro da Tesla. Elon Musk, o CEO da empresa e uma das figuras mais polêmicas do mundo dos negócios, demitiu Omead Afshar, que era o chefe de operações da Tesla na América do Norte e na Europa.

Musk também reacendeu críticas públicas contra uma das leis mais marcantes do ex-presidente Donald Trump, o que acabou gerando atritos com o atual presidente dos Estados Unidos.

Diante disso, Musk decidiu assumir ele mesmo o controle direto das vendas da Tesla nesses dois mercados importantes: Estados Unidos e Europa, de acordo com uma reportagem da Bloomberg.

Mas, apesar dessa movimentação de última hora, a ajuda dele parece ter chegado tarde demais para mudar os resultados do segundo trimestre de 2025. Isso porque as previsões já indicavam que a Tesla teria dificuldades nas entregas de seus carros elétricos.

Antes do anúncio oficial dos números, o banco JP Morgan soltou uma nota dizendo que esperava que a Tesla entregasse cerca de 360 mil veículos no segundo trimestre — bem abaixo da média esperada por outros analistas, que era de aproximadamente 392 mil unidades.

Outro nome conhecido no setor, Troy Teslike — famoso por acertar previsões da Tesla — também estimava um número menor: 356 mil carros. Já o número oficial, divulgado pela própria Tesla, foi bem acima disso: 384.122 veículos entregues entre abril e junho de 2025.

Esse desempenho veio depois de um primeiro trimestre onde a empresa havia entregue 336.681 veículos. Ou seja, houve uma melhora considerável.

Produção segue alta, mas os estoques cresceram

Apesar das boas entregas, a Tesla produziu ainda mais: 410.244 veículos no segundo trimestre. Isso significa que uma parte dos carros fabricados ainda não foi vendida e está parada nos estoques.

O que mais chamou atenção foi o aumento nesse volume de carros "encalhados". A Tesla terminou o trimestre com 129.386 unidades em estoque, contra 103.264 no trimestre anterior.

Isso fez com que o índice chamado "Dias de Estoque de Produtos Acabados" subisse para 25,26 dias, ou seja, se a empresa parasse de produzir, levaria esse tempo para vender tudo que já tem pronto.

Para efeito de comparação, no primeiro trimestre esse número era de 23 dias. Pode parecer pouco, mas esse crescimento mostra que o ritmo de produção continua forte, enquanto as vendas ainda não acompanham da mesma forma.

Entre os modelos entregues, 373.728 foram dos populares Model 3 e Model Y, enquanto 10.394 unidades foram de outros modelos, incluindo o Cybertruck — o polêmico carro futurista que tem chamado atenção desde seu lançamento.

Problemas com robotáxis levantam preocupações

Enquanto a Tesla lida com suas questões de vendas e estoques, outro problema começou a ganhar espaço: os robotáxis da empresa.

A NHTSA, que é o órgão de segurança viária dos EUA, entrou em contato com a Tesla após a divulgação de vídeos onde esses carros autônomos aparecem cometendo infrações de trânsito.

Eles foram vistos desrespeitando faixas de rolamento e limites de velocidade, o que levantou sérias dúvidas sobre a segurança da tecnologia. Para entender melhor, é bom comparar com a Waymo, concorrente direta da Tesla nesse setor.

A empresa, que já rodou mais de 10 milhões de milhas, registrou menos erros graves que a Tesla — e isso com apenas 11 robotáxis circulando em uma área bem controlada da cidade de Austin.

Além disso, os veículos da Waymo sempre contam com um funcionário a bordo e uma equipe de suporte pronta para intervir se algo sair errado.