China corre contra o tempo para fabricar chips de 5nm sem tecnologia avançada

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A corrida da China para avançar na fabricação de chips está longe de ser fácil, mas a SMIC (Semiconductor Manufacturing International Corporation) segue firme no objetivo de produzir semicondutores mais avançados.

A empresa já conseguiu fabricar chips de 7nm, que foram usados no processador Kirin 9000S da Huawei, presente na linha Mate 60. Agora, o desafio é dominar a tecnologia de 5nm, mesmo sem acesso ao equipamento mais moderno disponível no mercado.

A grande barreira para a SMIC é a falta das máquinas EUV (Extreme Ultraviolet Lithography), que são essenciais para fabricar chips de última geração com mais eficiência e menor custo.

Como a China não tem acesso a essa tecnologia, a SMIC precisa usar equipamentos mais antigos, chamados DUV (Deep Ultraviolet Lithography), o que torna o processo mais complexo, caro e demorado.

Apesar dessas dificuldades, informações recentes indicam que a SMIC está avançando e deve concluir o desenvolvimento dos chips de 5nm em 2025.

No entanto, esses semicondutores podem sair até 50% mais caros do que os fabricados pela TSMC, principal concorrente e líder mundial na produção de chips. Além do custo elevado, a eficiência da SMIC nessa tecnologia também preocupa.

Os índices de produção (yields), que indicam a quantidade de chips utilizáveis em um lote, são estimados em apenas 33% — um número muito inferior ao da TSMC.

Isso significa que uma grande parte dos chips fabricados pode não estar em condições de uso, aumentando ainda mais o custo e a dificuldade para alcançar um nível de produção em larga escala.

A solução definitiva para esses problemas pode estar no desenvolvimento de máquinas EUV dentro da própria China.

Relatórios indicam que a empresa chinesa SiCarrier, que tem ligações com a Huawei, está trabalhando em alternativas para substituir as máquinas da ASML, empresa holandesa que domina esse segmento.

A expectativa é que os primeiros equipamentos EUV chineses entrem em fase de testes no terceiro trimestre de 2025.

Se a China conseguir desenvolver sua própria tecnologia EUV, a SMIC poderá competir melhor no mercado de semicondutores, reduzindo a dependência de fornecedores estrangeiros e melhorando sua capacidade de fabricar chips de última geração.

Isso também impulsionaria a Huawei, que já planeja usar os chips de 5nm da SMIC em seus processadores de inteligência artificial Ascend 910C, uma alternativa para diminuir a dependência da China em relação à NVIDIA.

A SMIC está avançando no desenvolvimento de chips de 5nm, mas os desafios técnicos e financeiros são enormes. O uso de equipamentos antigos encarece a produção e reduz a eficiência, tornando a tecnologia menos competitiva no curto prazo.

Porém, se a China conseguir dominar a fabricação de máquinas EUV, a história pode mudar rapidamente, dando à SMIC a chance de se tornar uma força relevante no mercado global de semicondutores.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.