CEO do Telegram é preso na França acusado de facilitar crimes pelo app

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Pavel Durov, fundador e CEO do Telegram, foi surpreendido pelas autoridades francesas ao ser detido no aeroporto de Paris logo após desembarcar de seu jato particular.

A prisão ocorreu no contexto de uma investigação sobre a falta de moderação no aplicativo, que tem sido acusado de permitir que crimes e atividades ilegais se proliferem sem qualquer intervenção.

As autoridades francesas acreditam que a ausência de medidas de moderação no Telegram tenha contribuído para o aumento de atividades criminosas na plataforma.

O canal de notícias francês TF1 foi o primeiro a noticiar o ocorrido, seguido por veículos de imprensa de renome, como a Reuters.

Uma fonte próxima ao caso comentou que Durov, devido à sua falta de cooperação em questões de moderação, pode ter permitido que "incontáveis delitos e crimes fossem cometidos, sem que ele tomasse qualquer medida para impedir ou cooperar com as autoridades."

Até o momento, não há confirmações sobre as possíveis consequências legais que Durov enfrentará. O Telegram, que conta com aproximadamente um bilhão de usuários, é muito popular em países como Ucrânia e Rússia.

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O Telegram é o principal rival do WhatsApp e é famoso por seus recursos de privacidade.

A plataforma tem como diferencial sua ênfase na privacidade, o que deu aos cidadãos russos acesso a diversas fontes de notícias sobre a guerra na Ucrânia, mesmo sob forte censura estatal.

Rob Lee, membro sênior do Foreign Policy Research Institute, disse que o Telegram também é utilizado pelas forças russas para coordenar operações em segredo, sem que a oposição tome conhecimento.

Curiosamente, Durov foi forçado a deixar sua primeira empresa, a VKontakte (equivalente ao Facebook na Rússia), após isso ele utilizou os fundos arrecadados para fundar o Telegram fora da Rússia.

Até o momento, a equipe do Telegram não se pronunciou oficialmente sobre a prisão. A agência de notícias russa TASS informou que não houve nenhum contato da equipe de Durov com a embaixada, mas que eles estão buscando "esclarecer" a situação.