AMD vende parte da ZT Systems por US$ 3 bilhões

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A AMD anunciou um acordo com a Sanmina, uma grande fabricante global, para vender uma parte da ZT Systems – mais especificamente a divisão de infraestrutura e fabricação de data centers – por nada menos que US$ 3 bilhões.

Mas calma que tem mais coisa envolvida nessa jogada estratégica, e ela pode influenciar bastante o futuro da computação em nuvem e da inteligência artificial. Essa venda não foi uma surpresa total para quem acompanha o mercado.

A AMD já vinha mostrando sinais de que pretendia reorganizar seus ativos desde que comprou a ZT Systems por US$ 4,9 bilhões, em março de 2025.

Agora, menos de um ano depois, parte dessa estrutura está sendo repassada para a Sanmina. Veja abaixo os detalhes do negócio:

  • A Sanmina vai pagar US$ 2,25 bilhões em dinheiro vivo;
  • Mais US$ 300 milhões extras serão divididos entre dinheiro e ações (US$ 150 milhões para cada);
  • E ainda pode rolar um pagamento adicional de US$ 450 milhões, caso os ativos da ZT tenham um bom desempenho financeiro nos próximos três anos.

Ou seja, o total pode bater em US$ 3 bilhões ou mais, dependendo dos resultados. Mesmo com a venda, a AMD fez questão de manter a expertise da ZT Systems no design de servidores e suporte ao cliente.

Isso mostra que a empresa não está abandonando o setor de data centers, mas sim focando no que realmente agrega valor ao seu portfólio.

Além de vender parte da ZT Systems, a AMD ainda fechou um acordo com a Sanmina para que ela se torne a fabricante oficial de novos produtos da empresa voltados para soluções em nuvem e inteligência artificial em grande escala.

Isso significa que a AMD continua no jogo pesado da tecnologia, mas agora com parceiros estratégicos para cuidar da parte mais operacional e industrial. A previsão é que esse acordo esteja 100% finalizado até o final de 2025.

Alguns analistas achavam que essa venda renderia mais. O Loop Capital, por exemplo, estimava que a AMD conseguiria algo em torno de US$ 3,5 bilhões pela divisão da ZT Systems.

Mas, mesmo ficando um pouco abaixo, a AMD mostra que está mais preocupada com agilidade e estratégia do que com lucro imediato.

Outro movimento que mostra a confiança da AMD no seu futuro é o aumento na autorização para recompra de ações. A empresa anunciou que vai investir mais US$ 6 bilhões nesse processo.

Somando isso ao valor que já tinha sido autorizado antes (cerca de US$ 4 bilhões), a AMD agora tem US$ 10 bilhões liberados para comprar de volta suas próprias ações no mercado.

Isso é uma prática comum quando a empresa acredita que suas ações estão abaixo do valor justo, além de ser uma forma de valorizar os acionistas. Só no primeiro trimestre de 2025, a AMD já recomprou US$ 749 milhões em ações.

Acordo bilionário com fundo saudita HUMAIN

E pra fechar com chave de ouro, a AMD ainda anunciou uma parceria de peso com a HUMAIN, subsidiária de tecnologia e inteligência artificial do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF).

O acordo prevê a criação de um fundo de US$ 10 bilhões para montar uma infraestrutura de computação de IA capaz de atingir até 500 megawatts de capacidade nos próximos cinco anos. Nesse acordo:

  • A HUMAIN cuida da construção dos data centers e da parte energética;
  • A AMD entra com o portfólio de produtos de IA e sua plataforma de software aberta AMD ROCm™.

O primeiro super data center com capacidade "multi-exaflop" já deve começar a funcionar em solo saudita no início de 2026.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.