AMD revela prejuízo bilionário por restrições dos EUA à China

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Depois da NVIDIA, agora foi a vez da AMD divulgar um prejuízo pesado por causa das novas regras do governo dos Estados Unidos sobre exportação de chips para a China.

A empresa vai perder cerca de 800 milhões de dólares, o que representa 50% de todo o lucro líquido que teve em 2024, que foi de 1,6 bilhão de dólares.

De acordo com um relatório do WccfTech, essa bomba financeira vem da restrição imposta aos chips da linha MI308, que são voltados para o mercado chinês.

Por causa das novas exigências de licenças de exportação, a AMD teve que fazer ajustes no estoque, cancelar pedidos de compras e reforçar suas reservas financeiras para se proteger dessas perdas.

O clima entre os dois países vem esquentando há anos. Agora, com a guerra comercial ganhando força novamente, os EUA aumentaram a tarifa de importação sobre produtos chineses para um nível impressionante: 245%.

Isso atinge diretamente empresas americanas que vendem tecnologia para a China, como AMD e NVIDIA, que dependem bastante desse mercado para manter o lucro alto. Além disso, as regras novas não afetam só a China continental.

Elas também se aplicam a Hong Kong, Macau e outros países que estão na lista chamada de "D:5", que inclui nações com restrições de segurança. Empresas que têm sede ou controle nesses lugares também entram nessa.

Atualmente, o mercado de chips avançados, como os usados em inteligência artificial (IA) e supercomputadores, está crescendo muito rápido.

A China é um dos maiores consumidores dessa tecnologia no mundo. Então, quando os EUA colocam barreiras assim, as fabricantes americanas perdem espaço e dinheiro.

A AMD já fez as contas e sabe que não vai conseguir vender seus chips MI308 como planejado. Resultado: prejuízo direto nos lucros, afetando os resultados da empresa de forma preocupante.

E o que os EUA estão tentando com tudo isso?

A ideia do governo americano é limitar o avanço da China em áreas consideradas sensíveis, como IA e tecnologias militares. Por isso, estão dificultando o acesso dos chineses a chips de ponta.

Mas, ao mesmo tempo, isso também prejudica empresas dos próprios EUA, que deixam de vender e perdem competitividade no mercado global. Recentemente, o governo até fez algumas concessões.

Houve reduções nas tarifas para alguns parceiros comerciais, tirando temporariamente os impostos sobre eletrônicos e até se considerou isenções para montadoras que quiserem sair do México ou Canadá.

Só que nada disso vale para a China, que segue sendo o principal alvo das medidas mais pesadas. Com esse cenário, AMD e NVIDIA provavelmente não serão as únicas a divulgar grandes perdas.

Outras gigantes da tecnologia podem começar a sentir os efeitos em breve, já que o comércio com a China está cada vez mais difícil e controlado.

As decisões políticas e comerciais dos EUA podem mudar o rumo das empresas, e os reflexos disso aparecem nos preços, nas inovações e até na forma como os produtos chegam ao consumidor final.