A AMD confirmou oficialmente que está desenvolvendo, junto com a Microsoft, um chip personalizado que vai alimentar a próxima geração do ecossistema Xbox. E não estamos falando só de consoles: PCs e portáteis também vão entrar nessa.
Durante a divulgação dos resultados do segundo trimestre, a AMD mostrou um crescimento de 71,4% no segmento de Client e Gaming. Só a parte de processadores Ryzen rendeu US$ 2,5 bilhões, impulsionada por modelos como o Ryzen 9000X3D.
Já no setor de placas gráficas e SoCs (chips que unem CPU e GPU), a alta foi de 83,3%, chegando a US$ 1,1 bilhão — e aqui entram também os chips feitos sob medida para consoles e portáteis.
Foi nesse contexto que a empresa reafirmou sua parceria de longo prazo com a Microsoft. Mas o detalhe que chamou atenção foi a confirmação de que esse novo SoC personalizado não vai equipar apenas o próximo Xbox, mas também PCs e dispositivos portáteis.
A AMD já produz chips para o PlayStation da Sony e para o Xbox da Microsoft. Inclusive, a tecnologia FSR 4 da AMD foi desenvolvida em conjunto com a Sony, mostrando que ela está presente nos dois lados dessa disputa.
A novidade é que agora existe a possibilidade real de um chip com DNA de console ser usado em PCs. A arquitetura dos consoles Xbox Series X/S já é bem próxima à de um computador: CPU baseada na arquitetura Zen e GPU com tecnologia RDNA.
No mundo PC, a solução mais parecida com isso sempre foram os APUs — processadores que unem CPU e GPU em um único chip. Modelos mais recentes, como o Ryzen AI MAX, mostram o quanto essa tecnologia evoluiu.
Se a estratégia da Microsoft se confirmar, veremos o mesmo chip AMD rodando em consoles Xbox de próxima geração, portáteis, como o ROG Ally (desenvolvido com a ASUS) e PCs, incluindo notebooks, mini-PCs e desktops pré-montados.
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A vantagem é que um único tipo de chip otimizando desempenho e compatibilidade em todas as plataformas. Mas existe um porém: em PCs, esses chips provavelmente serão soldados na placa-mãe, o que limita upgrades — algo aceitável em notebooks, mas restritivo para quem gosta de montar o próprio computador.
Essa convergência entre consoles e PCs não acontece por acaso. A Microsoft tem falado sobre redefinir o Windows para funcionar de forma unificada em várias plataformas.
Isso significa que otimizações e recursos antes exclusivos dos consoles podem chegar ao PC, trazendo ganhos diretos para os jogadores.
O futuro do Xbox, portanto, pode não ser apenas um novo console, mas um ecossistema integrado onde o hardware conversa de forma natural com PCs e portáteis. E, para o jogador, isso pode significar mais desempenho, mais integração e menos barreiras entre as plataformas.