Muita gente já deve ter parado pra pensar por que vários celulares de marcas chinesas aparecem com baterias gigantes, enquanto Apple e Samsung seguem uma linha mais "contida", entregando cargas que parecem tímidas quando a gente compara os números.
Tem quem acredite que isso tem a ver só com custo, mas quando vemos aparelhos de preço médio da China chegando a algo perto de 6.500mAh, isso mostra que a história vai além disso.
De acordo com um relatório recente, uma possível explicação está ligada às regras rígidas de segurança aérea nos Estados Unidos e na União Europeia.
Quando uma bateria passa de um certo limite de capacidade, ela passa a chamar mais atenção nas categorias de "mercadorias perigosas", e isso acaba criando um motivo forte para Apple e Samsung manterem suas baterias dentro de um teto específico.
O tipster Ice Universe comentou que essas regras são um dos maiores obstáculos por trás das baterias menores encontradas nos aparelhos das duas gigantes, que evoluem a passos lentos comparadas as das fabricantes chinesas.
Depois de realizar uma pesquisa, descobri que essa ideia faz muito sentido. O documento de orientação da IATA para baterias, atualizado para valer nas normas de 2025, diz que uma bateria fica livre de requisitos mais rígidos quando sua classificação em Watt-hora não passa de 20Wh.
Para chegar ao valor em Wh a partir dos mAh, o cálculo é simples. Primeiro, divide o total de mAh por 1.000. Depois, pega o resultado e multiplica pela voltagem nominal da bateria, que costuma ser de 3,7V na maioria dos celulares.
Usando isso no Galaxy S25, que vem com 4.000mAh, basta dividir por 1.000 e multiplicar por 3,7V. O valor final chega a 14,80Wh, bem dentro do limite.
As marcas chinesas acabam seguindo outra lógica porque a maior parte dos seus aparelhos circula dentro da China ou em países em desenvolvimento. Já Apple e Samsung vendem um volume enorme para regiões onde o controle é maior, como EUA e Europa.
Nesses lugares, baterias acima de certo nível passam por mais etapas, mais papelada, rotulagem de risco e exigências específicas de embalagem.
Por isso, quando o celular da Apple ou da Samsung parece ficar sem carga mais cedo do que o normal, existe a chance de essas regras de voo também entrarem na equação, mesmo que ninguém veja isso acontecendo no dia a dia.

No Brasil, as leis que fazem referência a baterias foca apenas gerenciamento ambiental do descarte e nas normas de segurança para o transporte aéreo.
Não há uma lei única que estabeleça limites específicos para a capacidade de baterias em todos os contextos, mas sim regulamentações específicas por setor.
A ANAC segue as diretrizes internacionais da OACI (Organização da Aviação Civil Internacional) e possui regulamentos específicos (como o RBAC nº 175 e a IS 175-001) para o transporte de artigos perigosos, incluindo baterias de lítio, as mesmas usadas em smartphones.








