A Apple tá se virando como pode pra lidar com uma dor de cabeça das grandes: as tarifas altíssimas dos Estados Unidos sobre produtos vindos da China.
Com uma taxa absurda de 125% prestes a cair em cima dos iPhones fabricados lá, a empresa tá correndo contra o tempo pra não ter que repassar todo esse custo pro bolso do consumidor.
O problema é que a maior parte dos iPhones ainda sai das fábricas da Foxconn, em Shenzhen, na China. Isso deixa a Apple presa numa encruzilhada.
Ou paga as taxas e aumenta os preços, ou acha uma saída inteligente pra não perder margem de lucro. E é aí que entra uma possível jogada estratégica.
Segundo analistas da Morgan Stanley, uma das soluções pode estar em convencer a galera a comprar os modelos mais caros do iPhone 17 Pro e iPhone 17 Pro Max — aqueles com mais armazenamento interno.
Isso porque a Apple consegue lucrar entre 10% e 15% a mais em cada aparelho com maior capacidade de memória. Em outras palavras, quanto mais espaço no iPhone, mais dinheiro entra pra empresa.
A ideia dos analistas é fazer o consumidor achar que vale mais a pena pagar um pouco mais por um iPhone com mais espaço. E, convenhamos, com fotos, vídeos e aplicativos cada vez mais pesados, muita gente já tá sentindo que os modelos básicos estão ficando apertados.
Se a Apple conseguir mudar o foco da venda e direcionar o público pra essas versões com mais memória, ela pode equilibrar melhor as perdas com as tarifas, sem precisar aumentar tanto os preços ou sacrificar tanto o lucro.
Produção fora da China é outro ponto-chave
Só que só vender modelos mais caros não resolve tudo. A Apple também precisa acelerar a produção fora da China. Um dos principais alvos da empresa é a Índia, que já vem ganhando espaço como alternativa de fábrica de iPhones.
Hoje, a Índia consegue produzir entre 30 a 40 milhões de aparelhos por ano. Mas só os Estados Unidos importaram 66 milhões de iPhones nos últimos 12 meses, ou seja, ainda tá bem longe de conseguir suprir a demanda sozinha.
Mesmo que a Índia tenha estrutura e mão de obra, levaria de seis meses a um ano pra conseguir aumentar esse número e dar conta do recado.
E isso é bem mais tempo do que os 90 dias de pausa nas tarifas que os EUA deram pra outros países — menos pra China, claro.
Além do desafio de aumentar a produção fora da China, tem outra dúvida: será que a Índia vai ser isenta dessas tarifas do governo Trump?
Se não for, a Apple pode não ter escapatória e vai acabar precisando aumentar o preço dos modelos “Pro” do iPhone 17 de qualquer jeito.
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O analista Ming-Chi Kuo, da TF International Securities, já alertou que a empresa pode sim ser forçada a mexer nos preços se as tarifas forem mantidas. Ou seja, a situação é delicada e ainda pode mudar bastante.