Imagine acordar de madrugada com seu celular soltando fumaça ou, pior, explodindo sem motivo. Foi exatamente isso que aconteceu com um dono do Pixel 6a há menos de um mês.
E, acredite, não foi um caso isolado. Vários usuários do modelo vêm reclamando que o aparelho esquenta demais — até mesmo sem estar sendo usado de forma intensa.
Diante disso, a Google decidiu agir. Uma nova atualização será obrigatória para quem tem o Pixel 6a. A ideia é evitar que o celular superaqueça e cause acidentes.
Mas essa solução tem um preço. Depois de certo tempo de uso, o desempenho da bateria vai cair, tanto na duração quanto na velocidade de carregamento.
Segundo especialistas e relatos de usuários, o aquecimento do Pixel 6a parece estar ligado a três pontos principais: falta de refrigeração eficiente dentro do aparelho, processador pouco otimizado para economia de energia e módulo 5G que consome muita bateria e gera calor.
Ou seja, a combinação desses fatores acaba sobrecarregando o sistema e fazendo o celular esquentar além do normal. E quando isso acontece com frequência, os riscos aumentam — tanto para a saúde da bateria quanto para a segurança do dono do aparelho.
Alex Moriconi, porta-voz da Google, explicou ao site Android Authority que a empresa vai lançar uma atualização de software obrigatória para corrigir o problema em parte dos aparelhos.
Essa atualização será aplicada automaticamente nos celulares afetados e vai ativar um novo sistema de gerenciamento da bateria.
O que muda? Após 400 ciclos de carga — ou seja, aproximadamente 1 ano e meio a 2 anos de uso — o celular passará a carregar mais devagar e a bateria durará menos. É uma forma de controlar o calor gerado e evitar que a bateria sofra danos maiores.
"Um grupo de usuários do Pixel 6a vai receber uma atualização obrigatória para reduzir o risco de superaquecimento da bateria. Esse novo sistema vai limitar a capacidade da bateria e a performance de carregamento após 400 ciclos de recarga. Os clientes afetados serão avisados no mês que vem e receberão todas as instruções necessárias." — Alex Moriconi (Google)
Muita gente costuma ficar com o mesmo celular por vários anos — e com o Pixel 6a, essa ideia até faz sentido. O aparelho tem suporte oficial de atualizações até junho de 2027.
Mas com todos esses problemas de superaquecimento, talvez seja hora de repensar. É claro que explosões de bateria são eventos raros, mas o fato de esses casos estarem se tornando comuns com o Pixel 6a é preocupante.
Por isso, a Google teve que agir. Mesmo assim, a solução encontrada não resolve o problema na raiz — apenas tenta amenizá-lo. A expectativa é que, nos próximos modelos, a empresa mude a forma como fabrica seus celulares.
O Pixel 10, por exemplo, pode vir com o novo processador Tensor G5, que será feito com uma tecnologia mais moderna (3nm da TSMC), para mais desempenho e menor consumo de energia — ou seja, menos aquecimento.
Por outro lado, a Google parece que vai continuar usando os modems 5G da Samsung, que são conhecidos por esquentar mais e gastar mais bateria do que os da concorrente MediaTek. A razão disso ainda não está clara — pode ser por economia, acordo comercial ou outro motivo que a empresa não revelou.