O presidente Donald Trump voltou pra Casa Branca e já chegou causando, e uma das decisões que tá pegando forte é essa taxação em cima de produtos importados, principalmente da China.
O problema é que isso bate direto na indústria dos games, porque muitos componentes de hardware vêm de lá.
No passado, as empresas até tentavam segurar os aumentos pra não pesar no bolso do consumidor, mas dessa vez a coisa pode ser diferente.
Os analistas já tão dizendo que isso pode ser o golpe final pro mercado de jogos físicos, que já tá capengando há tempos.
O Mat Piscatella, da Circana, e o Rhys Elliott, da MIDiA Research, explicaram como isso vai afetar a galera, e, claro, a corda sempre arrebenta pro lado mais fraco, o consumidor.
Aumento de preços e escassez de hardware
A China é um dos alvos principais dessas tarifas, e como uma grande parte das peças de hardware é fabricada por lá, os preços vão subir.
Um exemplo prático é a Newegg, que já anunciou aumento nos preços das placas de vídeo NVIDIA da série 50. Mesmo assim, a galera correu pra comprar antes que ficasse ainda pior, e os cambistas tão vendendo por valores absurdos.
Isso significa que, num primeiro momento, pode até parecer que a situação não é tão grave, mas com o tempo, quando os estoques acabarem, o impacto será sentido de verdade. GPUs, celulares, consoles e outros eletrônicos podem ficar escassos e muito mais caros.
O fim dos jogos físicos?
Outro problema é que os jogos em mídia física também estão na mira. Muitos discos vendidos nos EUA são fabricados no México, outro país afetado pelas tarifas. O resultado? Fabricantes e distribuidoras podem abandonar de vez o formato físico. Isso não é novidade, já que a tendência é que tudo vire digital.
As empresas de consoles estão empurrando a galera pra isso há anos, seja com assinatura de catálogos de jogos, games gratuitos que viciam e incentivam compras internas, ou até com vantagens pra quem compra digitalmente, como acesso antecipado e conteúdo exclusivo.
Como isso afeta os jogadores do Brasil?
Comprar jogo físico ainda tem várias vantagens. Primeiro, tem o mercado de usados e aluguel, que permite economizar.
Quando um jogo é só digital, quem define o preço é a loja online, e eles podem manter os valores lá no alto sem concorrência.
Já reparou como jogos antigos continuam caros nas lojas do PlayStation e Xbox? Já no físico, o preço cai bem mais rápido.
Pro consumidor, perder essa opção é um prejuízo enorme. Mas pros publishers, é um sonho, porque eles passam a controlar tudo. Quem sai perdendo, como sempre, é quem joga.
Tarifas são um tiro no pé
O Trump fala que essas tarifas vão deixar os EUA "mais fortes e ricos", mas a realidade é outra. Essas taxas vão aumentar os preços e dificultar ainda mais a vida da população.
Várias empresas podem até mudar a produção pra outros países, mas isso só é viável pra quem já tem muito dinheiro. As menores, ou até algumas grandes que dependem só de hardware, não têm essa opção.
Os consoles, por exemplo, são vendidos a preços bem ajustados porque as empresas lucram mais com os jogos e serviços.
PlayStation e Steam Deck são exemplos disso. Pra essas marcas, talvez valha a pena segurar o aumento, pelo menos por um tempo, pra não perder mercado.
- Leia também: Morgan Stanley afirma que a TSMC continuará dominando o mercado apesar das tarifas de Trump
Mas o que fica claro é que essas tarifas não vão beneficiar os jogadores. Pelo contrário, tudo indica que vão encarecer os games, reduzir opções e dificultar ainda mais a vida de quem já luta pra comprar jogos e equipamentos.
No fim das contas, essa mudança vem em um momento horrível. A indústria dos games já não cresce como antes, os custos de produção de jogos estão altíssimos, e várias empresas têm fechado as portas ou demitido gente.
A esperança é que as coisas não fiquem tão ruins quanto parecem, mas se ninguém botar freio nessas tarifas, a tendência é de mais aumento e menos opções pros jogadores.
Com informações de MIDiA Research e Circana's Mat Piscatella
