Duas pesquisas de mercado recentes sobre o consumo de computadores apontam que as vendas caíram no primeiro trimestre de 2022, à medida que à pandemia começa a diminuir.
Os dados foram publicados pelas empresas de pesquisa Gartner e International Data Corporation (IDC), líderes globais em inteligência de mercado.
De acordo com o relatório da IDC, o mercado de PCs registrou um total de 80,5 milhões de remessas no último trimestre, enquanto a Gartner cita 77,5 milhões, uma queda de 7,7% em comparação com o primeiro trimestre de 2021.
Segundo a Gartner, o declínio nas remessas de Chromebooks está sendo a principal influência na queda das vendas de computadores, sem os Chromebooks, o mercado de PCs teria registrado um crescimento de 3,3% ao ano.
Por outro lado, a IDC não incluiu nenhuma informação sobre os Chromebooks em seu relatório, mas observa uma desaceleração em remessas voltadas as instituições educacionais, principais consumidores de Chromebooks.
Atualmente, as instituições educacionais utilizam mais de 40 milhões de Chromebooks distribuídos entre professores e alunos.
Ambas as empresa afirmam que a Lenovo continua no topo das vendas globais de PCs, seguida pela HP, Dell e Apple.
No entanto, Dell, Apple e ASUS conseguiram se sair melhor no mercado nos últimos anos e registraram um crescimento significativo em relação às outras marcas.
Parte desse crescimento se deve especialmente a alta demanda por Chromebooks em meio à pandemia entre 2020 e 2021, quando as escolas aumentaram o consumo de Chromebooks durante a transição para o aprendizado remoto.
No geral, o mercado de PCs cresceu 11% em 2020 com mais de 30 milhões de Chromebooks vendidos na época. No entanto, veio a escassez na cadeia de suprimentos que fez com que as vendas caíssem no terceiro trimestre de 2021.
Mas, o mercado de computadores conseguiu se recuperar no último trimestre e ambas as empresas que publicaram suas pesquisas, concordam que o mercado está começando a se estabilizar após dois anos de crescimento.
A Gartner ainda cita a guerra na Ucrânia como um fator que está contribuindo para a queda nas vendas de PCs do último trimestre, já que o comércio de hardwares no país foi paralisado devido a sanções econômicas.
"O foco não deve estar no declínio ano após ano nos volumes de PCs, porque isso era esperado", disse Ryan Reith, vice-presidente de grupo da IDC.
"O foco deve estar na indústria de PCs que consegue enviar mais de 80 milhões de PCs em um momento em que a logística e a cadeia de suprimentos ainda estão uma bagunça, acompanhadas por vários desafios geopolíticos e relacionados à pandemia", acrescentou.
Apesar dos números que indicam uma queda no volume de computadores globais, os relatórios parecem inconclusivos, já que os mesmos registraram um aumento nas vendas excluindo dispositivos Chromebooks.
Aparentemente não há nenhum fator crítico que justifique a queda do mercado, o que há, são problemas logísticos e de suprimentos acompanhados de desafios geopolíticos que devem se resolver em breve.
