Governo chinês oferece forte apoio à Apple para a continuar operações no país

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Tim Cook, CEO da Apple, tem o enorme desafio de equilibrar a agenda "Make in America" do presidente Trump com as vantagens gigantescas de escala que a China oferece.

Até agora, Cook tem conseguido andar nessa corda bamba investindo pesado nos dois lados, ele já anunciou aportes de US$ 600 bilhões nos Estados Unidos e manteve compromissos de investimento na China.

Mas será que ele vai conseguir manter esse equilíbrio? Tim Cook prometeu aprofundar essa cooperação e aumentar investimentos na China.

Recentemente, Tim Cook está em visita à China, onde conseguiu finalmente superar os obstáculos regulatórios que atrasavam o lançamento do iPhone 17 Air, modelo que funciona apenas com eSIM, no país.

Na quarta-feira (15), ele se reuniu com Li Lecheng, ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China (MIIT), e firmou compromisso de aprofundar a cooperação e aumentar os investimentos da Apple no país.

Segundo o jornal Global Times, citando um analista experiente do setor, "as operações contínuas da Apple na China acabaram de receber forte apoio do governo chinês". Em entrevista à imprensa, Cook comentou:

"Sempre quero voltar [à China]. O país está em constante mudança, é muito dinâmico. Eu adoro o povo e a cultura chinesa, e é maravilhoso estar em Xangai."

Outro ponto interessante, na terça-feira (14), o COO da Apple, Sabih Khan, visitou as instalações da Lens Precision em Taizhou.

Isso é importante porque o complexo sistema de câmeras do iPhone 18 já está movimentando toda a cadeia de fornecimento, gerando atividade intensa em empresas como Samsung Electronics, sua subsidiária SEMES, ADVANTEST e INTER ACTION do Japão, e a sul-coreana Doosan Tesna.

A Lens Precision pertence à Lens Technology, que já participa da cadeia de suprimentos de vários produtos Apple, incluindo iPhone, Apple Watch, Mac e Vision Pro.

O dilema de Tim Cook

O grande desafio de Cook é conciliar dois caminhos que, na prática, parecem totalmente opostos: a aproximação com os Estados Unidos e a dependência da China. Para reduzir sua exposição à China, a Apple tentou transferir parte da produção de iPhones para a Índia.

Mesmo assim, segundo a corretora Jefferies, a empresa ainda pode enviar até 9 milhões de iPhones para os EUA vindos da China em 2026, já que a produção indiana não consegue acompanhar a demanda.

Nos Estados Unidos, a Apple se comprometeu a investir US$ 600 bilhões nos próximos anos para criar uma cadeia de suprimentos de silício totalmente doméstica.

Esse valor representa um aumento de US$ 100 bilhões em relação ao compromisso anterior de US$ 500 bilhões, decisão tomada depois que Trump impôs tarifas punitivas também sobre a Índia.

Para se proteger de choques geopolíticos, a Apple planeja ainda fabricar alguns dispositivos domésticos no Vietnã, usando as fábricas da BYD.

Entre esses produtos estão um HomePod com tela de 7 polegadas, câmeras de segurança e um robô de mesa com inteligência artificial.

Mas, no fim das contas, toda essa estratégia pode ser afetada por uma única postagem do ex-presidente Trump no Truth Social.

Se ele decidir impor tarifas punitivas ao Vietnã amanhã, os planos da Apple para esses dispositivos domésticos poderiam ser totalmente prejudicados.

Por enquanto, a única "rede de segurança" de Tim Cook é manter os cofres da Apple cheios, confiando que a força financeira da empresa seja suficiente para evitar ações punitivas, seja dos Estados Unidos ou da China, nesse jogo de xadrez geopolítico.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.