Fabricantes de smartphones avaliam trazer de volta o slot microSD

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O slot para cartão microSD já foi a forma mais prática e barata para quem queria aumentar o armazenamento do celular sem gastar o valor salgado das versões com mais memória interna.

Com o tempo, as fabricantes foram removendo essa opção e lucrando mais ao empurrar modelos mais caros com opções de armazenamento maiores.

Agora, a alta no preço da DRAM — que inclusive levou empresas como a Micron a sair do setor de consumo — pode fazer com que que algumas marcas tragam o microSD de volta.

A informação surgiu no Weibo, onde o usuário Repeater 002 relatou que fornecedores chineses comentaram sobre esse movimento. Nada foi confirmado sobre quais empresas estão envolvidas, mas há um clima de movimentação nos bastidores.

Como a falta de DRAM pode seguir até pelo menos o quarto trimestre de 2027, os preços de memória para desktops e notebooks já subiram de forma intensa, e isso naturalmente afeta os chips usados em smartphones.

A situação é tão séria que a divisão Device Solutions da Samsung teria recusado um pedido de memória da própria área Mobile Experience, optando por contratos trimestrais que passam por revisão a cada três meses.

Hoje, um chip LPDDR5X de 12 GB está custando mais que o dobro dos preços registrados no início do ano. Nesse cenário, setores internos da companhia precisam priorizar margens de lucro, gerando uma disputa silenciosa dentro da mesma marca.

Com esse aumento generalizado, o preço final dos celulares tende a subir. A solução que algumas fabricantes estudam é justamente o retorno do slot microSD.

Com isso, o consumidor poderia comprar o modelo mais básico e completar o armazenamento por conta própria, reduzindo o impacto no bolso e ajudando as marcas a manter venda e faturamento em ritmo saudável.

O cenário fica ainda mais interessante com a chegada do padrão microSD Express, que elimina gargalos de velocidade e coloca o cartão em outro patamar de desempenho.

Um exemplo é o Samsung P9 Express de 512 GB, que alcança até 800 MB/s e está sendo vendido por R$1.021,49 na Amazon. Para comparar, a diferença de um modelo com 256 GB para 512 GB em produtos como o iPhone custa cerca de R$ 1.500.

Outras empresas já começam a se mover. A Biwin apresentou o CL100 Mini, um SSD do tamanho de uma moeda, feito para dispositivos móveis e capaz de atingir até 3.700 MB/s, superando com folga os cartões microSD Express.

O porém é que aparelhos que já estão na linha de produção não devem sofrer alteração de design. Assim, a probabilidade maior é que modelos previstos para o segundo semestre de 2026 recebam o slot microSD de volta.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.