Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Davis, EUA, descobriram um novo metabolismo energético em espécies de bactérias lácticas que pode tornar alimentos fermentados mais saudáveis e saborosos.
As Bactérias Ácido Láticas (BAL) são muito utilizadas na indústria de alimentos fermentados como iogurte, queijo e chucrute. Algumas cepas de BAL também são usadas como probióticos para melhorar a saúde intestinal humana.
De acordo com um artigo publicado na revista eLIFE, esta nova descoberta pode mudar radicalmente a compreensão científica de como essas bactérias agem em seus ambientes naturais.
Os pesquisadores estudaram uma bactéria chamada Lactiplantibacillus Plantarum, anteriormente conhecida como Lactobacillus Arabinosus e comumente encontrada em muitos produtos alimentícios fermentados.
Durante o estudo, os cientistas descobriram que estes microorganismos utilizam um metabolismo híbrido, que combina características de respiração com fermentação.
"Usando esse metabolismo misturado, bactérias de ácido lático como L. plantarum crescem melhor e fazem um trabalho mais rápido acidificando seu ambiente", disse a autora co-correspondente Maria Marco, professora do departamento de ciência e tecnologia de alimentos da Faculdade de Ciências Agrícolas e Ambientais na Universidade da Califórnia, Davis.
Essa descoberta abre caminhos para a criação de novas tecnologias que usam bactérias do ácido lático para produzir alimentos e bebidas fermentadas mais saudáveis e com um gosto melhor.
Além disso, pode contribuir para minimizar o desperdício de alimentos e contribuir para alterar o sabor e a textura dos alimentos fermentados.
"Também podemos descobrir que esse metabolismo misto tem benefícios em outros habitats, como o trato digestivo. A capacidade de manipulá-lo pode melhorar a saúde intestinal.", disse Marco.
A equipe de pesquisa também mostrou que a L. plantarum usa seu metabolismo para alterar o ambiente em uma fermentação de alimentos, isso pode ser usado para tratar problemas digestivos em humanos.
A pesquisa é apoiada pela National Science Foundation, do Office of Naval Research, do Department of Energy Office of Basic Energy Sciences e de uma bolsa da Rodgers University. Para saber mais, acesse o site da UC Davis.
Via: eLife Sciences