Apple leva rede de cinemas à Justiça para proteger identidade da marca

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A Apple entrou com um processo federal em Massachusetts contra a rede de cinemas Apple Cinemas, acusando a empresa de violação de marca registrada e de confundir os consumidores de propósito.

Segundo a gigante de Cupertino, o uso do nome "Apple" pela rede de cinemas tem o claro objetivo de se aproveitar da força global da marca — construída ao longo de décadas pelo fabricante do iPhone.

Fundada em 2013, a Apple Cinemas operava discretamente na região Nordeste dos Estados Unidos e, por anos, não chegou a incomodar a Apple.

Tudo mudou quando a rede abriu sua primeira unidade na Costa Oeste, bem em San Francisco — onde a Apple tem forte presença — e anunciou um plano ambicioso de expandir para 100 salas pelo país.

O problema, segundo a Apple, é que vários desses novos cinemas estão próximos de Apple Stores e até em regiões estratégicas do Vale do Silício.

Com isso, aumentaria o risco de consumidores pensarem que existe alguma ligação ou parceria entre as marcas — algo que, na visão da Apple, é completamente falso. Antes de recorrer à Justiça, a Apple já havia tomado medidas administrativas.

Em outubro de 2024, o Escritório de Patentes e Marcas dos EUA (USPTO) negou o registro dos termos "Apple Cinemas" e "ACX – Apple Cinematic Experience". A própria Apple ainda enviou uma notificação extrajudicial (cease-and-desist) pedindo que a rede deixasse de usar o nome.

Como os avisos foram ignorados, a Apple diz que a rede de cinemas está agindo intencionalmente para gerar confusão e colher benefícios dessa associação indireta.

No processo, a empresa pede uma liminar para impedir o uso contínuo do nome, compensação financeira e até a possibilidade de obrigar a rede a se rebatizar.

Apesar de atuarem em segmentos bem diferentes — tecnologia x entretenimento — a Apple argumenta que há risco de diluição da marca, principalmente agora que ela própria também investe em conteúdo audiovisual (como o serviço Apple TV+ e produções originais vencedoras de Oscar e Emmy).

Para a Apple Cinemas, manter o nome faz parte da estratégia para conquistar espaço no mercado de exibição. Para a Apple, é uma questão de defender uma das marcas mais valiosas e reconhecidas do planeta.

O desfecho do caso pode criar um precedente importante sobre o alcance da proteção de marcas fortes em setores totalmente distintos. E você? Acha que a Justiça vai favorecer a Apple por seu histórico no setor de mídia e entretenimento?