Tesla Takedown: O plano para falir Elon Musk que deu errado

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No último domingo, manifestantes de um movimento chamado "Tesla Takedown" organizaram protestos em concessionárias da Tesla ao redor do mundo.

O objetivo desse protesto era forçar uma queda no preço das ações da empresa para tentar desencadear uma chamada de margem sobre as dívidas de Elon Musk relacionadas à compra do X (antigo Twitter).

O problema para os organizadores desse movimento é que Musk já eliminou qualquer possibilidade de ser pego nessa armadilha financeira.

Com isso, a estratégia de pressionar as ações da Tesla perdeu força. A ideia dos manifestantes era simples: derrubar o preço das ações da Tesla para cerca de US$ 114.

Abaixo desse valor, os credores poderiam exigir o pagamento imediato de um empréstimo de US$ 12,5 bilhões que Musk usou na aquisição do X.

Se isso acontecesse, ele teria que vender uma quantidade gigantesca de ações da Tesla para cobrir a dívida, o que poderia derrubar ainda mais os preços.

Antes mesmo do anúncio mais recente de Musk, algumas pessoas já questionavam essa tática. Isso porque pequenos investidores também seriam prejudicados com a queda das ações, afetando seus planos de aposentadoria e investimentos pessoais.

Além disso, Musk tem participação em outras empresas, como a SpaceX, o que tornaria improvável que ele fosse à falência mesmo que a estratégia do Tesla Takedown desse certo.

A jogada de mestre de Elon Musk

Na sexta-feira passada, Elon Musk fez um movimento estratégico e eliminou de vez a chance de ser pressionado financeiramente.

O xAI, sua empresa focada em inteligência artificial, comprou o X em um acordo de troca de ações avaliado em US$ 80 bilhões.

Como parte desse acordo, o X foi avaliado em US$ 33 bilhões, já incluindo seus passivos de aproximadamente US$ 12 bilhões – o que cobre justamente a dívida que poderia gerar uma chamada de margem.

Com essa manobra, Musk transferiu sua dívida para uma empresa privada (xAI), que não está sujeita às flutuações do mercado de ações.

Ou seja, mesmo que as ações da Tesla continuem caindo, ele não precisará vender seus papéis para cobrir a dívida. Isso frustra completamente os planos do movimento Tesla Takedown.

Mas mesmo com esse risco eliminado, a Tesla ainda terá problemas pela frente. Uma pesquisa recente na Alemanha revelou que 94% dos entrevistados têm uma visão negativa da empresa.

Isso pode estar ligado ao apoio de Musk ao partido de extrema-direita AfD nas eleições recentes, o que desagradou muitos consumidores no país.

Nos Estados Unidos, Musk também vem gerando polêmica por suas declarações sobre Dogecoin e outras questões políticas. Isso pode estar afetando a imagem da Tesla e afastando potenciais compradores.

Além disso, a empresa pode ter dificuldades no próximo balanço trimestral. A Tesla vem buscando maneiras agressivas de aumentar suas vendas, e um resultado fraco pode afetar ainda mais a confiança dos investidores.

A vantagem da Tesla no meio dessa turbulência

Apesar dos desafios, a Tesla tem um ponto forte a seu favor. As tarifas de 25% impostas por Donald Trump sobre carros e peças importadas.

Como os veículos da Tesla são produzidos nos Estados Unidos, a empresa não sofre com esses impostos, ao contrário de muitas montadoras estrangeiras. Isso pode dar à Tesla uma vantagem competitiva no mercado americano.

O movimento Tesla Takedown pode continuar promovendo seus protestos, mas a estratégia de tentar falir Elon Musk já não tem mais fundamento. O empresário conseguiu se antecipar e evitar um grande problema financeiro.

Porém, a Tesla ainda tem muitos desafios pela frente, e o futuro da empresa dependerá da sua capacidade de lidar com crises de imagem, vendas e concorrência.

Com informações de WccfTech e NewsWeek.