Quem gosta de videogame já deve ter percebido que os jogos estão ficando mais caros. E isso não é só impressão. Desde 2020, os preços começaram a subir, e a tendência é continuar assim.
Segundo Shuhei Yoshida, que já foi presidente da PlayStation, isso era algo inevitável. Mais cedo ou mais tarde, o valor teria que subir.
Em uma entrevista para o site PlayStation Inside, Yoshida explicou que o aumento dos preços não depende de uma empresa só, como Sony, Nintendo ou Microsoft.
Ele diz que existem dois motivos principais: a inflação e o que os jogadores esperam dos jogos hoje em dia. Segundo Yoshida, criar um jogo hoje custa muito mais do que há alguns anos.
Isso porque os jogadores querem experiências cada vez mais realistas, com gráficos de ponta, mundos enormes, histórias profundas e jogabilidade refinada. Tudo isso exige uma equipe grande, tempo e muita tecnologia — o que, naturalmente, encarece a produção.
E com o custo de produção subindo, não dá para manter o mesmo preço de antes. A indústria precisa equilibrar os gastos com o valor que o consumidor paga.
Por isso, o preço dos jogos AAA — que são os grandes lançamentos — está subindo. E isso pode virar o novo padrão com a chegada de consoles como o Nintendo Switch 2.
Para continuar lançando jogos de qualidade e ao mesmo tempo controlar os custos, as empresas estão buscando novas formas de ganhar dinheiro. É aí que entram as remasterizações, remakes e os ports para PC.
Essas versões atualizadas ou adaptadas de jogos antigos ajudam muito. Como o investimento para relançar um jogo já existente é menor do que criar um novo do zero, o dinheiro que entra com essas versões serve para financiar novos projetos.
Outro caminho que vem ganhando espaço é o dos serviços por assinatura, como o PlayStation Plus e o Xbox Game Pass, e os jogos no estilo Games as a Service (GaaS), que são jogos que recebem atualizações constantes e incentivam o jogador a continuar gastando dentro do jogo com o passar do tempo.
Apesar dos grandes estúdios estarem focados em jogos AAA, Yoshida aponta que é possível fazer ótimos jogos com menos dinheiro e equipes menores. Ele cita como exemplo o jogo Clair Obscure: Expedition 33, que conseguiu impressionar mesmo sem ter um orçamento gigantesco.
Ou seja, nem sempre é preciso gastar milhões para entregar um jogo de qualidade. Com criatividade, foco e uma boa equipe, é possível criar algo incrível sem estourar o orçamento.
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O aumento dos preços não é exclusivo da Nintendo. A Microsoft também vai entrar nessa. Jogos da empresa devem passar a custar US$ 80 a partir do final deste ano, o que representa um aumento significativo.
Além disso, o Xbox Series X também sofreu aumento de preço em vários países, sendo os Estados Unidos onde a alta foi mais sentida.
Esse cenário mostra que o mercado de videogames está mudando. Para os jogadores, isso significa que será preciso se planejar melhor para aproveitar os lançamentos.
Para as empresas, é hora de encontrar um meio-termo entre gastar muito para agradar o público e manter os jogos acessíveis para o maior número de pessoas possível.
O que o ex-presidente da PlayStation quis dizer é que o aumento no preço dos jogos era apenas uma questão de tempo. Com custos de produção em alta e consumidores exigindo cada vez mais qualidade, esse caminho é quase inevitável.
No entanto, existem alternativas — como remasterizações e assinaturas — que ajudam a manter o mercado funcionando sem prejudicar tanto o bolso de quem joga.