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IA vai substituir criadores de jogos? Diretor da Larian acredita que não

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A tecnologia da inteligência artificial (IA) tem avançado tão rápido que muita gente já começou a se perguntar, será que um dia ela vai substituir os criadores de jogos?

Para Swen Vincke, fundador e líder da Larian Studios — responsável pelo famoso Baldur's Gate 3 — a resposta é: não vai substituir, mas vai mudar a forma como os profissionais trabalham.

Em uma entrevista recente ao site GameSpot, Vincke falou com sinceridade sobre o uso da IA generativa (como o ChatGPT e outras ferramentas parecidas) na criação de jogos.

Segundo ele, a IA pode até ajudar a acelerar algumas etapas do desenvolvimento, mas isso não significa que os jogos vão ser feitos mais rápido.

"Acho que é ingênuo acreditar que isso vai encurtar o tempo de desenvolvimento. Se você der dois anos para um desenvolvedor, ele vai levar três. Isso sempre foi assim", explicou Vincke.

Ou seja, com ferramentas mais rápidas, os criadores vão aproveitar para fazer mais coisas, não necessariamente terminar antes.

E, para Vincke, isso é positivo. Afinal, quanto mais recursos criativos os desenvolvedores tiverem, melhor será a qualidade do jogo para o público.

IA vai criar jogos sozinha? Nem pensar

Uma das maiores preocupações que muita gente tem é que a IA possa criar jogos inteiros sozinha — do roteiro até os gráficos e códigos — sem precisar da mão humana.

Mas Swen Vincke não acredita que esse seja o caminho certo. Ele afirma que usar a IA para tudo pode acabar deixando os jogos "iguais" e sem personalidade.

"Se todo mundo tiver acesso à mesma tecnologia, ninguém vai sair na frente por usar só isso. A diferença vai estar em quem conseguir criar algo especial por cima dessa base", disse ele.

Na Larian Studios, por exemplo, as histórias e situações dos jogos são criadas à mão, com cuidado e criatividade, justamente para oferecer uma experiência única para quem joga. Vincke acredita que é isso que vai continuar diferenciando os bons jogos dos jogos genéricos feitos só com IA.

A profissão vai acabar? Vai mudar, não desaparecer

Muita gente do mercado de jogos — e de outras áreas também — tem medo de perder o emprego por causa da IA. Mas Vincke traz uma visão mais otimista:

"Sempre tem esse papo: ‘'meu Deus, nossos empregos vão sumir'. Mas não, você só vai trabalhar de um jeito diferente. E ainda vai continuar fazendo a diferença."

Ou seja, os profissionais de jogos, como roteiristas, designers, programadores e artistas, não vão ser substituídos, mas vão precisar se adaptar e aprender a usar a IA como uma aliada.

A criatividade, o toque humano e o bom senso continuarão sendo indispensáveis. A fala de Vincke mostra que a IA não precisa ser vista como um bicho-papão.

Na verdade, ela pode ajudar a melhorar os jogos, deixando os criadores mais livres para focar no que realmente importa, contar boas histórias, criar experiências marcantes e emocionar os jogadores.