Consoles estão chegando no limite das especificações, diz ex-chefe do PlayStation

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Os consoles de videogame, que há décadas têm sido palco de batalhas acirradas pela preferência dos gamers, podem estar próximos de um ponto de estagnação tecnológica.

Essa é a visão de Shawn Layden, ex-chefe do PlayStation, que compartilhou suas reflexões sobre o futuro dessa indústria em uma entrevista à Eurogamer.

Segundo Layden, os consoles já atingiram quase o máximo do que podem oferecer em termos de poder de hardware. Será que estamos testemunhando o início do fim da era dos grandes saltos geracionais nos consoles?

No passado, a transição entre gerações de consoles era como assistir a um espetáculo: gráficos mais realistas, jogabilidade aprimorada, tempos de carregamento reduzidos... tudo era uma revolução.

Mas, segundo Layden, esses dias podem ter ficado para trás. Hoje, a diferença entre um console e outro está cada vez mais difícil de perceber para o usuário médio.

"A maioria das pessoas não se importa com termos técnicos como teraflops ou ray tracing", ele afirma.

Para Layden, chegamos a um ponto em que a evolução do hardware parece uma reta final, em vez de uma longa estrada. Melhorias ainda virão, claro, mas nada comparado aos saltos massivos que vimos anteriormente.

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O único avanço tecnológico que realmente faria diferença seria a criação de "personagens humanos perfeitamente realistas, completamente controláveis em jogos".

Parece coisa de ficção científica? Ele acredita que é algo que um dia acontecerá, mas atualmente ainda estamos longe disso.

Consoles diferentes, mesmos componentes

Outra ponto interessante que Layden falou é a homogeneização do hardware. Tanto o PlayStation quanto o Xbox utilizam componentes da AMD, o que torna os dois sistemas muito semelhantes em termos técnicos.

PlayStation 5 Pro
O PlayStation 5 Pro, console de meia geração mais recente da Sony, não trouxe grandes melhorias em relação ao PS5 comum.

Isso torna a competição menos sobre potência e mais sobre conteúdo exclusivo. E, claro, aqui a Nintendo continua sendo a grande exceção, com sua abordagem única que não foca diretamente na corrida pelo hardware mais poderoso.

O fim da guerra dos consoles?

Layden também sugere que podemos estar nos aproximando do fim da chamada "guerra dos consoles". Ele cita o exemplo do Betamax e VHS, onde a indústria se uniu em torno de um único formato e a batalha passou a ser sobre conteúdo, e não sobre o dispositivo que o reproduz.

Na visão dele, o futuro dos jogos segue um caminho semelhante: "O conteúdo deve ser a competição para os editores, não qual hardware você apoia", diz.

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Isso significa que, eventualmente, a relevância dos consoles pode diminuir, e o foco mudará completamente para os jogos e experiências que eles oferecem.

Sony em outras plataformas? Difícil

Quando o assunto é conteúdo, Layden foi direto ao falar sobre o motivo pelo qual a Sony não coloca seus jogos em sistemas concorrentes, como o Xbox ou o Nintendo Switch.

A empresa domina o mercado de consoles há gerações, e não há incentivo suficiente para arriscar sua posição de liderança.

Além disso, ele apontou a resistência dos fãs ao verem títulos exclusivos da Sony sendo lançados no PC – algo que já ocorre, mas não sem reclamações. Expandir isso para outras plataformas seria, segundo ele, um desastre em termos de percepção da marca.

Microsoft contra-ataca

Curiosamente, enquanto Layden fala sobre o fim dos grandes saltos geracionais, a Microsoft disse que faria o "maior salto de todos os tempos" com seu próximo console.

O papel do aprendizado de máquina e outras tecnologias avançadas pode mudar o jogo, mas será que isso será suficiente para evitar a irrelevância que Layden prevê? Só o tempo dirá.

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Será mesmo o limite das especificações dos consoles?

Para os gamers, essa discussão traz uma reflexão interessante: será que estamos realmente no limite do que os consoles podem oferecer? Ou será que o futuro reserva surpresas que ainda não conseguimos imaginar?

Enquanto aguardamos respostas, uma coisa é certa: a experiência do jogador – e não os números técnicos – será o verdadeiro campo de batalha daqui para frente.