Call of Duty: Black Ops 7 estreia com polêmica envolvendo imagens geradas por IA

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Call of Duty: Black Ops 7 já está disponível para PC, PS5 e Xbox Series X/S. Quem fez o pré-carregamento do jogo pode entrar direto e começar a campanha do novo capítulo da franquia, conferindo tudo o que essa edição traz.

Só que, logo nas primeiras horas, muita gente percebeu algo que virou assunto nas redes: várias recompensas dentro do jogo usam imagens feitas por inteligência artificial, e isso deixou uma boa parte da comunidade bem irritada.

Mas essa não é a primeira vez que a Activision aplica geração de imagens por IA dentro da série. Isso já tinha acontecido em 2023, em Modern Warfare 3, e depois em 2024, em Black Ops 6, duas situações que já tinham deixado vários jogadores insatisfeitos.

Por isso, ninguém ficou exatamente chocado ao ver IA no Black Ops 7. A surpresa maior foi descobrir a quantidade de imagens assim espalhadas pelo jogo.

O usuário Kumesicles, no X (antigo Twitter), publicou uma imagem mostrando várias "calling cards" — aquelas placas decorativas usadas no perfil — totalmente feitas por IA.

A postagem viralizou e virou ponto de partida para mais gente comentar o problema. E o ponto é que esse nem é o único lugar onde a Activision colocou esse tipo de material.

A campanha também traz elementos criados por IA, assim como os ícones de prestígio, que são justamente aqueles que os jogadores passam horas tentando liberar.

É bem provável que existam outros exemplos escondidos no jogo, mas como o lançamento aconteceu só há uma semana, esses foram os que chamaram mais atenção até agora. As respostas ao post de Kumesicles dão uma boa ideia de como os jogadores estão reagindo.

Mesmo que essas imagens sejam só uma pequena parte do conteúdo total, a galera não curtiu ver algo que antes era feito por artistas virar um monte de figuras geradas automaticamente.

Na página do jogo no Steam, vários reviews reclamam do uso de IA, junto de outras críticas, como o fato de a campanha não poder ser pausada, ser totalmente online e ainda expulsar o jogador do nível caso ele fique um tempo parado (obrigando a reiniciar tudo).

E aí fica uma pergunta, pelo que exatamente o jogador está pagando? Itens cosméticos sempre foram uma parte importante do jogo justamente por serem feitos à mão, com cuidado, dando aquela sensação de conquista quando você passava horas jogando até liberar as placas de perfil e outras decorações.

Era algo que mostrava seu desempenho dentro do jogo de um jeito único. Isso tudo faz parte do "jeito Call of Duty" de ser. Ter um perfil estiloso aparecendo depois de um abate final ou durante uma jogada de destaque virou algo bem comum nas partidas.

Então é natural que muita gente estranhe receber algo de qualidade inferior ao que já existiu em outros títulos. Até porque não é como se a Activision não tivesse dinheiro para contratar artistas de verdade e entregar algo mais interessante para os jogadores.

Mesmo sendo só um detalhe dentro do pacote completo, esse tipo de coisa mostra que a Activision não está preocupada em cuidar desse lado mais "caprichado" do jogo.

Como Call of Duty continua vendendo muito há mais de dez anos, a empresa segue testando até onde consegue ir sem perder jogador.

E mesmo que ela troque essas imagens futuramente por arte feita por profissionais, nada indica que no ano que vem a situação vai melhorar — pode ser até pior.

Uma coisa é certa, ninguém gosta de pagar caro por algo que parece feito de qualquer jeito. Quando esse material perde qualidade, a sensação é de estar recebendo bem menos pelo mesmo dinheiro.

Romário Leite
Fundador do TecFoco. Atua na área de tecnologia há mais de 10 anos, com rotina constante de criação de conteúdo, análise técnica e desenvolvimento de código. Tem ampla experiência com linguagens de programação, sistemas e jogos. Estudou nas universidades UNIPÊ e FIS, tendo passagem também pela UFPB e UEPB. Hoje, usa todo seu conhecimento e experiência para produzir conteúdo focado em tecnologia.